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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes
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Diabetes e apneia do sono: uma relação comum e mortal

Muita gente negligencia o estreito elo entre glicose nas alturas e roncos e obstruções respiratórias durante o sono. Precisamos alertar a população

Por Dr. Carlos Eduardo Barra Couri
12 fev 2020, 12h36

Nos últimos anos, as diretrizes de importantes sociedades médicas como Associação Americana de Diabetes (ADA) e Associação Americana de Clínicos Endocrinologistas (AACE) têm dado cada vez mais relevância à conexão entre sono e diabetes. Inclusive elas defendem a indicação formal de pelo menos 6 horas de sono por noite para ajudar na manutenção de boas taxas de glicose no sangue.

Porém, na prática e no dia a dia dos consultórios médicos, estamos vendo e vivenciando quanto essa relação tem sido deixada de lado. Precisamos rever isso.

Estima-se que cerca de 60% das pessoas com diabetes tipo 2 tenham algum distúrbio do sono e até 25% delas convivam com a síndrome da apneia obstrutiva do sono.

A palavra “apneia” significar “parar de respirar”. Assim, a pessoa que sofre com essa condição para de respirar por breves intervalos várias vezes ao longo da noite, sem nem sequer perceber e acordar. Ocorre, porém, que cada vez que isso acontece o sono fica mais superficial e menos reparador. Mais: por impor um estresse ao organismo, a apneia afeta a pressão arterial e os níveis de glicemia.

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E o que denuncia a apneia? Usualmente ela é percebida pelos roncos. Os roncos são, na verdade, a ponta do iceberg, e podem indicar que algo mais grave está se passando. Com o sono comprometido, a pessoa que tem apneia tende a acordar cansada e apresentar sonolência durante o dia. É muito comum ouvir do paciente que ele dorme por horas a fio, mas tem a sensação de que descansou muito pouco.

Para complicar, há indícios de que os indivíduos com a doença tenham mais apetite e sejam mais suscetíveis ao ganho de peso. E isso só bagunça ainda mais as coisas, porque a obesidade em si é fator de risco para a apneia… e para o descontrole do diabetes. Diante desse quadro não é de se estranhar que a apneia aumente a propensão a doenças cardiovasculares e complicações como infarto e acidente vascular cerebral, o AVC.

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O diagnóstico pode ser feito com testes mais simples realizados durante uma noite de sono em casa ou por exames mais complexos conduzidos numa clínica de sono (caso da polissonografia). A indicação depende de uma avaliação médica.

Como a maioria das pessoas com diabetes tipo 2 e apneia do sono é obesa, saiba que a perda de peso se mostra eficaz em diminuir a intensidade e o número das paradas respiratórias noturnas.

Mas o tratamento da condição em si pode envolver o uso de placas bucais, cirurgia no nariz ou garganta e, mais frequentemente, a utilização de um aparelho chamado CPAP — uma máscara colocada sobre a boca e/ou nariz e acoplada a uma máquina silenciosa ao lado da cama que gera fluxo contínuo de ar para o paciente. Muitas pessoas relatam melhora significativa da qualidade de vida com o tratamento adequado da apneia.

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Diante disso tudo, fica a dica: preste atenção e converse com seu médico sobre a quantidade e a qualidade do seu sono. Pergunte ao parceiro(a) e a familiares como andam as noites, porque eles ajudam a acusar a presença desse distúrbio tão comum e negligenciado entre pessoas com diabetes tipo 2.

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