Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Tabagismo: o que ainda precisamos fazer para nos livrarmos desse mal

Com a proximidade do Dia Mundial Sem Tabaco, um especialista aborda as medidas que governos devem adotar - e como um fumante pode largar a dependência

Por Luiz Augusto Maltoni, diretor-executivo da Fundação do Câncer*
23 Maio 2021, 10h38
Foto da ponta de um cigarro queimando
O cigarro mata 8 milhões de pessoas por ano.  (Foto: GI/Getty Images)
Continua após publicidade

Parece uma roda que gira e para sempre no mesmo ponto. Os mesmos alertas e as mesmas ‘dores’ a respeito do cigarro são reforçados há anos — mas não podemos nos cansar de lembrar sobre os danos gerados pelo tabagismo à saúde da população. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dependência do tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Embora cerca de 7 milhões dessas mortes resultem do uso direto do tabaco e seus derivados, 1,2 milhão são de não-fumantes. Indivíduos que, sem optar, ficaram expostos ao fumo passivo.

Atualmente, a indústria do cigarro impulsiona muitas pessoas para o uso de dispositivos eletrônicos de fumar (DEFs). O argumento é o de que seria uma solução para a dependência química, mas esse é só mais um artifício absurdo de quem tenta convencer o mundo de que fumar não faz mal.

Se aproxima o Dia Mundial Sem Tabaco, lembrado em 31 de maio. E é mais do que necessário reforçar que o ato de fumar tem relação com mais de 50 problemas de saúde, entre eles vários tipos de câncer (pulmão, laringe, faringe, esôfago, estômago), doenças do aparelho respiratório e as cardiovasculares. Em tempos nos quais a Covid-19 continua levando quem amamos e admiramos, os perigos ficam mais latentes para quem é fumante.

Em 2021, o tema escolhido pela OMS para o Dia Mundial Sem Tabaco é: Comprometa-se a Parar! Mais do que estimular o indivíduo, é crucial defendermos mudanças estruturais, como as que o Brasil pode alcançar com a votação da reforma tributária. Ela traz a possibilidade do aumento de impostos urgente sobre as vendas de tabaco e derivados. Hoje, o que a indústria tabageira paga é mais do que insuficiente. O valor é ínfimo diante de tantos danos que o tabaco causa à saúde. No mais, é cientificamente comprovado que o aumento do preço dos maços colabora para a redução do consumo.

Essa questão é tão premente que, no final de 2020, foi lançado o movimento Prevent20, que no Brasil tem apoio da Fundação do Câncer. A iniciativa analisou o cenário mundial sobre doenças relacionadas ao tabagismo. O resultado foi a elaboração de um extenso documento com a proposta de aumentar a tributação de cigarros.

Continua após a publicidade

Foi apresentada também uma avaliação do desempenho da política de impostos sobre cigarros em mais de 170 países, com base nos Relatórios Globais de Controle da OMS. O chamado Scorecard de Imposto sobre o Cigarro, uma espécie de índice que o Prevent20 estruturou, traz um alerta sobre o fato de as nações perderem vidas por causa do tabagismo e ainda pagarem pelos males gerados pela indústria do fumo. Em uma pontuação de zero até quatro sobre o tamanho dos impostos, o Brasil está em um índice considerado muito baixo.

É preciso que cada fumante e seus familiares e amigos tenham consciência dos males que a nicotina traz para o organismo. O tabagismo é uma dependência. É preciso ajudar o fumante a conter a ansiedade e estimulá-lo a abandonar o vício. Como? Escolha uma data e se prepare para iniciar o processo de cessação. Baixe aplicativos com dicas, converse com pessoas que deixaram o tabagismo, conte para a família sobre sua decisão e peça apoio. Profissionais de saúde podem ajudar! Se você já tentou e não conseguiu parar de fumar, não desista: você é capaz.

No Brasil, a política de controle do tabaco evoluiu muito, mas ainda precisamos avançar. Sabemos que essa é uma busca permanente porque, mesmo com o trabalho de tantos pesquisadores, profissionais de saúde e o apelo da sociedade civil, há os que negam um fato já comprovado pela ciência: o de que o cigarro mata!

*Luiz Augusto Maltoni é cirurgião oncológico e diretor-executivo da Fundação do Câncer

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.