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Um quinto das brasileiras não sabe o que é ressecamento vaginal

Pesquisa aponta que o assunto é pouco conhecido e, consequentemente, quase nunca recebe o tratamento adequado

Por Karolina Bergamo
Atualizado em 4 dez 2017, 11h25 - Publicado em 14 out 2016, 11h49
vagina
O problema ainda é pouco abordado por aqui (Foto: GI/)
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Dor e ardência na hora do sexo podem ser sinal de secura vaginal. Acontece que um quinto das brasileiras desconhece esse tipo de ressecamento, segundo dados de uma pesquisa realizada pela Conecta, a pedido da farmacêutica Teva.

A investigação ouviu 1 007 mulheres a partir dos 16 anos de todo o país. Por meio de um questionário online, elas forneceram informações sobre o que sabiam a respeito da condição. E o resultado foi que 88% apresentaram algum grau de desconhecimento em relação a ela — 20% sequer sabiam o que era.

“O ressecamento ocorre por causa de uma alteração na produção de estrogênio [hormônio feminino] que é comum em momentos como pós-parto e a menopausa”, explica o ginecologista Eliano Pellini, chefe do Departamento de Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André. “Além disso, o tratamento para algumas condições, como a quimioterapia no câncer de mama, influencia essa fabricação”, completa.

De acordo com os dados da pesquisa, o ressecamento vai além das dores físicas. Entre as mulheres com o quadro, 53% se sentiam irritadas, 44% manifestavam insegurança e 33% exibiam autoestima baixa.
Apesar disso, poucas procuram ajuda médica. Apenas 24% das que reclamaram de secura vaginal foram atrás de um ginecologista. Por quê? Confira as respostas mais comuns:
•    “Considerar normal sentir-se ressecada/o desconforto não precisava ser tratado” (em 40% das vezes)
    “Não achar importante” (25%)
•    “Falta de tempo” (23%).

Mas Pellini acredita que, além desses fatores relatados, a falta de autoconhecimento das mulheres desempenha função importante nessa equação. “Infelizmente, a maioria não olha para a vagina. Não usa espelho, por exemplo, e depende totalmente das informações do ginecologista”, lamenta.

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O médico defende que o assunto precisa ser debatido e divulgado com a mesma intensidade com a qual o câncer de mama é disseminado no Outubro Rosa. “Em alguns casos, elas chegam ao consultório num estágio tão avançado de que não conseguimos nem fazer o exame de toque”, completa.

Quando a parede do órgão seca e inflama, gera rachaduras e fissuras. Só que esse processo pode ser controlado. “O uso de hidratantes vaginais protege a mucosa”, exemplifica. Alguns alimentos, como a soja, também ajudam a estimular a produção de estrogênio e minimizar o quadro. Mas importante mesmo é estar em contato com o próprio corpo e não deixar de buscar ajuda caso perceba qualquer coisa fora do lugar.

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