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Sono excessivo durante o dia pode indicar risco à saúde dos mais velhos

Segundo novo estudo, idosos que sentem sonolência diurna estariam mais sujeitos a desenvolver câncer, diabetes e doenças cardiovasculares

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 24 jun 2020, 18h54 - Publicado em 24 mar 2020, 10h00

Idosos que ficam sonolentos durante o dia ou cochilam muito nesse período podem apresentar maior risco de ter câncer, diabetes e doenças cardiovasculares. É o que indica uma pesquisa da Academia Americana de Neurologia, prevista para ser apresentada no próximo encontro anual da entidade – marcado para o mês que vem.

Por meio de entrevistas telefônicas, cientistas analisaram 10 mil indivíduos quanto ao seu estado de saúde e a prevalência da hipersonia – nome técnico da sonolência excessiva mesmo depois de uma noite com sete ou mais horas de sono. Desse total, 34% tinham mais de 65 anos.

Os voluntários foram entrevistados em dois momentos, com três anos de intervalo entre eles. Cerca de 25% dos idosos relataram sentir muito sono, sendo que 41% desses consideravam a sonolência um problema crônico.

Entre essa turma, os pesquisadores descobriram que o perigo de desenvolver diabetes ou pressão alta em três anos era duas vezes maior do que entre aqueles que passavam o dia mais despertos. O risco de câncer e doenças cardíacas também se mostrava mais elevado e em proporção semelhante.

Os resultados se mantiveram mesmo quando fatores de risco para tais doenças e para a sonolência excessiva (como gênero e apneia do sono) foram considerados.

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Cabe lembrar que diversos estudos demonstram benefícios para indivíduos (inclusive os mais velhos) que tiram um cochilo à tarde. Mas as vantagens aparecem quando não há exagero. Em geral, 30 minutos são suficientes para descansar e garantir melhorias à saúde.

Sinal de alerta, mas sem pânico

Para o autor do estudo, Maurice M. Ohayon, neurologista da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, os achados sugerem que a sonolência diurna excessiva pode servir de alerta para doenças futuras nos mais velhos. “Prestar atenção no sono dos idosos é capaz de ajudar médicos e familiares a flagrarem mais cedo condições sérias de saúde”, comentou, em comunicado à imprensa.

Mas vale dizer que, embora estatisticamente relevantes, os dados de maior incidência não significaram necessariamente uma prevalência altíssima de doenças entre os dorminhocos.

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Dos 840 indivíduos que relataram sentir muito sono de dia, 6,2% desenvolveram diabetes. No grupo mais desperto, essa taxa ficou em 2,9%. Para os tumores, a diferença na incidência foi de 2,4% contra 0,8%.

Mecanismos desconhecidos

O estudo completo ainda será apresentado no futuro. Por isso não é possível especular as explicações fisiológicas por trás da descoberta. Mas se sabe que a sonolência diurna frequentemente está ligada ao descanso de má qualidade à noite, que tem suas próprias repercussões na saúde física.

Outro possível elo é a depressão, mais frequente na terceira idade e responsável tanto pela vontade de dormir o dia todo quanto por um estado inflamatório constante e sistêmico, o que leva a doenças.

É normal que, na terceira idade, bata mais sono durante o dia. Mas, se a situação está exagerada, é preciso procurar orientação médica.

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