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O que a sua voz diz sobre a sua saúde

As cordas vocais dão duro toda vez que batemos um papo - mas, se trabalham além da conta, ficam expostas a problemas sérios

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 16 abr 2018, 11h30 - Publicado em 12 fev 2014, 22h00
voz como proteger as cordas vocais e não ficar rouco
A voz dá pistas de que algo não vai bem no corpo (Foto: SAÚDE/SAÚDE é Vital)
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Os sons que soltamos pela boca revelam muito sobre o estado do organismo. A começar pela condição das próprias cordas (ou pregas) vocais. Entre os problemas mais recorrentes estão nódulos, cistos, hemorragias e laringite. “Gritar com frequência pode fazer com que essas lesões apareçam”, informa a fonoaudióloga Ana Elisa Ferreira, da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. “Assim como outros músculos, as pregas vocais precisam de condicionamento, em especial quando seu uso é intenso. Caso contrário, o risco de lesão é grande”, arremata.

E atenção: embora professores, cantores e radialistas estejam mais predispostos a esses males, pesquisas apontam que a probabilidade de qualquer pessoa desafinar feio ao longo da vida é de 30%. “Se a voz ficar aguda, engrossar ou houver dificuldade para conversar, deve-se buscar ajuda”, orienta Mara Behlau, fonoaudióloga e diretora do Centro de Estudos da Voz, na capital paulista. Além de consultar um expert, é fundamental manter os chamados hábitos de higiene vocal, que incluem beber muita água, não pigarrear, dialogar em um volume adequado, fugir do tabagismo e do consumo excessivo de álcool…

Sinal de Parkinson

No entanto, apesar de mudanças no jeito de falar geralmente estarem ligadas a encrencas menos graves, há casos em que doenças sérias dão pistas de sua progressão por meio da voz. Uma delas é o Parkinson, caracterizado por, entre outros sintomas, tremores involuntários. Aliás, a dificuldade para se comunicar costuma ser um dos primeiros sinais desse mal neurodegenerativo. “O transtorno enrijece os músculos, inclusive os da laringe. Daí a voz fica baixa, fraca e pouco melódica”, explica Mara.

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A rouquidão é outro fator que não pode passar em branco – ainda mais se dá as caras sem um motivo aparente. Afinal, é por meio dela que o câncer de laringe tende a se manifestar. “A alteração preocupa principalmente se permanecer por mais do que duas semanas”, alerta o otorrinolaringologista Alexandre Enoki, do Hospital Paulista, em São Paulo. Cuide de suas cordas vocais e, acima disso, escute o que elas têm a dizer. Seus conselhos podem livrá-lo de uma porção de problemas.

Estratégias para falar em público

Postura: seja em pé, seja sentado, mantenha a coluna ereta e o tronco voltado para as pessoas com as quais você está interagindo. Isso ajuda na respiração e na projeção do som.

Comida: evite alimentos pesados e gordurosos. A maçã é uma boa pedida, já que é rica em pectina, uma enzima de função adstringente, capaz de amplificar a ressonância do som na boca.

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Bebidas: café e álcool ressecam a mucosa que recobre as cordas vocais, dificultando a fala. Já o leite aumenta demais a quantidade de muco na região. Para se hidratar durante um discurso, prefira sucos, chás ou água mesmo.

Sono: as pregas vocais, como outros músculos, necessitam de uma boa noite de descanso. Pode apostar: sua voz vai denunciar se você dormiu bem ou não.

Estresse: dentro do possível, tente relaxar. É que a tensão trava a musculatura da laringe. E, enrijecida, ela não se movimenta direito, emitindo aquele tom típico de nervosismo em apresentações ou reuniões.
Fonte: Leny Kyrillos, fonoaudióloga e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

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