Novo remédio ampliaria acesso a tratamentos contra a hepatite C
Desenvolvimento de um genérico nacional com taxa de cura de 90% promete contribuir na luta contra essa infecção no fígado
Desde o fim do ano passado, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece uma nova linha de medicamentos contra hepatite C que sobe a taxa de cura para 90% e, de quebra, apresenta efeitos colaterais menos intensos do que terapias mais antigas. O problema: como todo remédio moderno, eles são significativamente custosos, o que dificulta seu acesso.
Daí a importância da notícia a seguir: com a cooperação da Fundação Oswaldo Cruz, as empresas brasileiras Blanver, KB Consultoria e Microbiológica Química e Farmacêutica anunciaram o desenvolvimento do genérico de uma dessas drogas, o sofosbuvir. Segundo a assessoria da Blanver, essa opção deve estar disponível em 2017 a um custo de mais ou menos 3 mil dólares por pessoa. A título de comparação, o Brasil importou no ano passado um lote da medicação original por cerca de 9,6 mil dólares o tratamento.
Especula-se que o genérico em questão dobre o número de pacientes que terão acesso a essa classe de medicamentos. Ou seja, em teoria ele economizaria milhares de dólares do SUS, o que possibilitaria investir em mais medicamentos. “Isso fornece suporte a um programa de erradicação da doença”, afirma Sérgio Frangioni, diretor da Blanver.
A hepatite C é uma infecção viral que destrói o fígado aos poucos, aumentando o risco de cirrose e câncer. A transmissão ocorre por meio de sangue infectado (por meio de seringas compartilhadas ou ferramentas de manicure não esterilizadas, por exemplo).