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Gente jovem com problema de memória: é para se preocupar?

Neurocirurgiã cita os principais fatores que levam os mais novos a sofrer apagões e conta como evitá-los

Por Thiago Nepomuceno
Atualizado em 28 out 2016, 02h09 - Publicado em 18 set 2016, 06h30
Gustavo Arrais
Gustavo Arrais (/)
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Se você pensa que só os mais velhos se queixam da perda de memória, está muito enganado. Jovens na faixa dos 30 a 35 anos estão cada vez mais preocupados com esquecimentos. E entre os grandes vilões estão o estresse e o cansaço, cada vez mais presentes na rotina. A sobrecarga de atividades pode provocar um desgaste mental, que está intimamente ligado com os lapsos. Ou seja, esses episódios não significam necessariamente que uma doença está dando as caras. Quem fala mais sobre esse tema é Danielle de Lara, neurocirurgiã e professora do curso de Medicina da Universidade Regional de Blumenau, em Santa Catarina:

Leia também: Enxaqueca abala a memória e o raciocínio

SAÚDE: Quais são os principais motivos que causam a perda de memória nos jovens?
Danielle: Para eles, a expressão ideal seria “dificuldade de memória”, pois raramente nessa faixa de idade ocorre uma perda real da memória. Os principais motivos são distúrbios de ansiedade, depressão, falta de sono adequado, sobrecarga mental, além de problemas nutricionais e hormonais. 

SAÚDE: Como o estresse prejudica o cérebro e, consequentemente, a memória?
Danielle: Estudos científicos vêm demonstrando que situações de estresse crônico levam à liberação excessiva do hormônio cortisol. Isso pode prejudicar a memória a curto prazo ou até mesmo causar a atrofia de regiões do cérebro relacionadas ao armazenamento de informações.

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Leia também: Hipertensos, fiquem de olho na memória

SAÚDE: Como diferenciar um simples esquecimento de um problema mais grave?
Danielle: O importante é observar qual é a dificuldade presente e com qual frequência ela aparece. Esquecimentos eventuais, especialmente em momentos de muito cansaço ou abalos emocionais, costumam ser aceitáveis. Se o problema se tornar frequente e começar a atrapalhar a vida diária, a avaliação de um médico é essencial para afastar alguma doença. O Alzheimer, demência mais comum na população mundial, acomete geralmente pessoas acima de 60 anos. Antes dessa idade, essa e outras doenças raramente afetam jovens. 

SAÚDE: Se a carga de estresse não diminuir, isso pode prejudicar ainda mais a memória?
Danielle: Sim. Uma boa qualidade de vida – com prática de atividades físicas, dieta equilibrada e padrão de sono adequado – é essencial para o melhor desempenho da memória. Em muitos casos, é possível prevenir esse mal. Atitudes simples, como montar quebra-cabeças, exercitar-se, experimentar novas atividades relacionadas a dança, pintura ou jardinagem, por exemplo, podem ser boas opções para quem quer evitar o problema. Atualmente, existem até aplicativos na internet que estimulam o cérebro. 

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