Dificuldade para se localizar pode ser sinal precoce de Alzheimer
Testes de navegação poderiam mostrar que o cérebro está em perigo antes mesmo de a memória começar a falhar
Como você se sai quando precisa visitar um lugar desconhecido sem o auxílio de um GPS? Tem dificuldade para traçar a melhor rota? Pois um estudo da Universidade Washington, nos Estados Unidos, sugere que as respostas para essas perguntas podem agilizar um eventual diagnóstico de Alzheimer.
Para chegar a essa conclusão, eles analisaram o desempenho de 71 pessoas enquanto elas realizavam algumas tarefas dentro de um labirinto virtual. Entre elas, 42 eram clinicamente saudáveis e não tinham marcadores para a doença (moléculas que indicam maior propensão a desenvolvê-la). Outros 13 também eram saudáveis, porém, possuíam os tais marcadores. Os 16 participantes restantes, por outro lado, já demonstravam sintomas comportamentais de estágio precoce de Alzheimer.
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Esses indivíduos passaram duas horas em um labirinto virtual. Daí, foram testados em relação a duas habilidades: o quão bem eles aprenderiam e seguiriam uma rota pré-definida nesse espaço, e como eles poderiam formar e usar um mapa mental do meio ambiente para chegar até determinado ponto.
No fim das contas, as pessoas com uma predisposição ao Alzheimer enfrentaram dificuldades significativas para criar um mapa mental do ambiente. Contudo, conseguiram tranquilamente seguir uma rota predeterminada. Enquanto isso, os voluntários que já apresentavam lapsos de memória e outros problemas comportamentais associados à doença se deram mal nas duas situações – ou seja, aprender uma rota já estabelecida e também encontrar seu próprio caminho. A parcela considerada saudável e sem indícios de possível declínio cognitivo não enfrentou perrengues em nenhum dos dois momentos.