A colonoscopia é responsável por detectar o aparecimento de câncer no intestino. Também onhecido como uma endoscopia feita pelo ânus, esse exame flagra inflamações na parede intestinal, além de verrugas – os pólipos -, que podem ser pré-cancerosas, e tumores propriamente ditos. Muito melhor do que a cirurgia que abre o abdômen até atingir o intestino grosso – usada até a década de 1970, quando a colonoscopia chegou ao Brasil.
Quando fazer
“O exame é obrigatório para quem tem mais de 50 anos, e a partir dos 30 anos para pessoas com casos de câncer na família”, avisa o coloproctologista João Calache Neto, do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. Sangue nas fezes e dor contínua no lado esquerdo também merecem essa investigação.
Já a frequência, “depende dos achados de quando ele é feito pela primeira vez”, o coloproctologista Pedro Basílio, da regional carioca da Sociedade Brasileira de Cirurgiões Oncológicos. Se ela não encontrar nada, a sugestão oficial – pelo menos até o momento – é que seja repetida a cada dez anos. Muitos médicos, porém, preferem indicar o repeteco a cada cinco. É mais seguro.
“A evolução do pólipo para o câncer pode demorar até uma década”, explica o oncologista Rafael Kaliks, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Quando a metamorfose ocorre, ela é traiçoeira. Dores, diarreias alternadas com constipações e sangramentos costumam aparecer na fase avançada da doença. Então, o tratamento é drástico.
Entenda o exame
1. Com o paciente sedado e deitado, o médico introduz um tubo de 1 metro de comprimento pelo ânus. Enquanto percorre as cinco primeiras curvas do cólon, uma minicâmera na ponteira transmite as imagens, aumentadas até 150 vezes, para a tela de um computador.
2. Se flagrar alterações na mucosa, como uma inflamação, o médico ativa uma pinça que retira um fragmento da lesão para biópsia.
3. Mas, ao esbarrar em lesões malignas, o próprio colonoscópio pode retirá-las de maneira segura. Tudo isso costuma durar cerca de 20 minutos.
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Outros exames
Há mais testes, complementares, que ajudam a detectar problemas no intestino.
· Sangue oculto nas fezes
No laboratório, procuram-se rastros de sangue nas fezes, o que denunciaria lesões. Mas o exame não localiza de onde vem o sangramento. Às vezes a origem está no estômago, por exemplo. E aprenda: pólipos intestinais não sangram. Portanto, se há sangue proveniente do intestino, ou ele vem de simples hemorroidas ou, se é tumor, o câncer já avançou.
· Retosigmodoscopia
É parecida com a colonoscopia, mas só visualiza lesões no reto e no lado esquerdo do cólon. A grande crítica é deixar à mercê da sorte o lado direito.
· Colonoscopia virtual
O método faz uma tomografia do intestino sem introduzir um tubo no ânus para saber se há pólipos. Mas é preciso insuflar ar por ali para obter as imagens, o que pode doer. Vale a pena? Há quem diga que não, até porque pequenas lesões escapam ao exame.
· DNA nas fezes
Essa análise molecular ainda não está disponível no país. Ela confere a presença de DNA de células cancerosas que teriam descamado do cólon. O senão é o preço altíssimo.
· Hemograma simples
Ele não flagra o câncer em si. Mas muitos tumores, especialmente no lado direito do intestino, sangram a ponto de provocar anemia. Ela é tão forte e repentina que o paciente sente até taquicardia. Daí o recado: quem está com anemia tem um bom pretexto para fazer uma colonoscopia.
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A influência dos hábitos
Conheça as atitudes que podem contribuir para o aparecimento do câncer de intestino e as que ajudam a afastá-lo.
Para o bem
Uma dieta rica em fibras (grãos, frutas, legumes e verduras) não só faz o intestino trabalhar direito como ainda o preserva contra tumores ao arrastar mais depressa substâncias cujo contato é tóxico. O exercício físico também é bem-vindo.
Para o mal
Há evidências de que um cardápio gorduroso, abarrotado de carnes vermelhas, frituras e embutidos, favoreça o desenvolvimento da doença. Provavelmente porque contém substâncias capazes de irritar as paredes intestinais. O cigarro é outro inimigo do intestino – o que pouca gente desconfia. Mais uma vez, a razão está nos componentes tóxicos, que prejudicam as células do órgão.