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Chega ao Brasil bebida que freia a progressão do mal de Alzheimer

A bebida serve de complemento alimentar e desacelera a progressão da doença que apaga a memória, o mal de Alzheimer

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 28 out 2016, 00h40 - Publicado em 25 jul 2013, 22h00

Ainda sem cura, o Alzheimer destrói a memória e as funções cognitivas
Foto: Getty Images

O Alzheimer é uma condição em que uma parte dos 100 bilhões de células nervosas e dos 100 trilhões de conexões entre elas, as sinapses, é destruída de maneira lenta e progressiva. Dizimando áreas como o hipocampo e o córtex, responsáveis pela memória, aprendizado e capacidade de planejamento, esse arrastão faz com que as lembranças – e, com o tempo, outras funções cognitivas – caiam literalmente no esquecimento.

No esforço para contrapor os primeiros apagões do Alzheimer, a Danone Medical Nutrition anuncia a chegada ao país da bebida Souvenaid, cuja proposta não tem precedentes no combate a essa doença, que até hoje não tem cura. O produto, com sabor baunilha, é considerado um complemento alimentar, fruto de mais de dez anos de pesquisas envolvendo testes no prestigiado Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. Entre os ensaios clínicos que mapearam sua ação, está o Souvenaid II, publicado no Journal of Alzheimer’s Disease. Durante seis meses, foram avaliadas 259 pessoas com Alzheimer leve, divididas em grupos paralelos: metade recebeu a bebida e o restante um líquido fajuto, o placebo.

De acordo com o responsável pelo estudo, o neurologista Philip Scheltens, da VU University Medical Center Amsterdam, na Holanda, os resultados apontaram benefícios na memória recente com o uso diário do produto. “Utilizamos exames de eletroencefalograma para investigar a qualidade da comunicação entre os neurônios. E descobrimos que, nos pacientes que receberam a bebida de verdade, ela sustentava a conexão entre as células nervosas, enquanto nos demais voluntários esse processo se deteriorava”, conta Scheltens, em entrevista exclusiva a SAÚDE. “Entre os efeitos adversos, nenhum foi significativamente mais presente em um ou outro grupo. Isso mostra que a bebida é segura e bem tolerada”, observa o professor. Em resumo: ela conseguiu resguardar o cérebro, sobretudo as regiões assaltadas pelo mal neurodegenerativo.

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Bem-vinda, mas não a todos

A Associação Brasileira de Alzheimer estima em 1,5 milhão o número de portadores da desordem em nosso país. E a projeção para a América do Sul é que ela cresça 534% até 2050 – seria um efeito colateral do aumento da expectativa de vida no continente. Mas nem toda essa população pode ou poderá tirar proveito do Souvenaid. Testes revelaram que ele só tem efeito protetor em quadros iniciais da doença. “O suplemento melhora o estado das membranas dos neurônios, viabilizando as sinapses, que são geralmente atacadas na fase precoce do Alzheimer”, explica o neurologista Paulo Bertolucci, de São Paulo. Se a doença progride, as células nervosas capitulam e os danos são irreversíveis.

Mas qual é a receita do Souvenaid que o tornaria capaz de proteger a memória? O mérito recai sobre as substâncias colina, uridina, DHA e EPA. “As membranas das células nervosas são como paredes, formadas por fosfolipídios, que funcionam como tijolos. Para estimular a formação deles, necessitamos de nutrientes-chave, como os que compõem a bebida”, aponta Claudio Sturion, diretor médico da Danone Medical.

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Sabe-se que certos cardápios, como a dieta mediterrânea – à base de peixes, verduras, frutas e azeite -, diminuem o risco de lapsos de memória e raciocínio lento. Uma das características desse menu é oferecer doses generosas de EPA e DHA, que são formas da gordura ômega-3, além de vitaminas. O Souvenaid meio que se inspira nesse mix nutricional, inclusive pelas suas vitaminas. Um frasco oferece as do tipo C, E e do complexo B, como o ácido fólico. “Ele reduz os níveis circulantes de homocisteína, molécula relacionada à presença de Alzheimer”, exemplifica o psicogeriatra Hewdy Lobo. Altas taxas dessa substância estão associadas, por sua vez, ao encolhimento do cérebro.

Apesar do amplo histórico de estudos, o Souvenaid não foi avaliado pra valer em pessoas sem declínio cognitivo. Em outras palavras, ainda não pode ser usado na prevenção da doença. Tem mais: embora esteja livre de prescrição e não haja evidências de interação com remédios contra o Alzheimer, recomenda-se a sua ingestão mediante orientação médica. Segundo os testes clínicos, deve-se tomar um pote de 125 mililitros por dia – e o produto começa a fazer efeito após três meses de uso contínuo. Ele serve de lanche da manhã ou da tarde e pode entrar na receita de vitaminas geladas. Só não vale aquecê-lo.

Apesar da indicação, a garrafinha está longe de ser barata – uma caixa com quatro unidades custa por volta de 40 reais. Se é preciso tomar uma delas todo dia… Não é por menos que a combinação do suplemento com a medicação chega a dobrar os gastos do paciente. Aliás, diante de obstruções intestinais, dificuldade para engolir e alergia a peixes e frutos do mar (os redutos de DHA), o produto tem de ser descartado. A despeito das contraindicações, o primeiro desafio, inclusive para o médico, é captar o mais cedo possível os sinais do Alzheimer. “A detecção depende principalmente do exame clínico, já que recursos de imagem ajudam a excluir outras causas de demência em estágio mais avançado”, informa o neurologista Arthur Shelp, da Universidade Estadual Paulista. Quanto antes isso acontecer, maior a chance de a nova bebida ajudar a blindar o cérebro.

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Quando a cuca começa a sofrer

Calcula-se que de 10 a 15% das pessoas que chegam aos 65 anos apresentam sintomas que remetam ao Alzheimer. A prevalência salta 3% ao ano, até atingir quase 50% ao completar os 85 anos. Nos estágios iniciais da doença, os lapsos de memória são mais presentes, mas podem ser sutis e até negligenciados por serem confundidos como algo natural no envelhecimento. Entre os indícios da doença, estão esquecimento de nomes e objetos, confusão com locais familiares, lentidão em tarefas triviais – como gerenciar finanças ou preparar refeições – e alterações frequentes de humor.

 

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A receita do Souvenaid

DHA (1 200 mg)
Equivale a um filé de 80 g de salmão. Ele é um tipo de ômega-3.

Uridina (625 mg)
Equivale a 420 tomates-cereja. Favorece a condução dos impulsos nervosos.

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EPA (300 mg)
Equivale a uma porção de 55 g de anchova. É outra versão do ômega-3.

Colina (400 mg)
Equivale a 4 ovos cozidos. Atua no mecanismo de retenção da memória.

 

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