Amendoim ajuda a afastar o risco de doenças cardiovasculares
Descubra os segredos por trás desse petisco tão popular entre os brasileiros
Nem todas as formas de consumo do amendoim são saudáveis. Acerte na hora da compra com as dicas da SAÚDE!
Foto: Reprodução/SAÚDE
Seja para acompanhar a cerveja, seja no pé de moleque da festa junina, o amendoim é uma preferência nacional: 75% dos brasileiros costumam comer a leguminosa (sim, ele é um parente do feijão e da soja). É o que revelou uma pesquisa recente do Ibope encomendada pela Abicab, a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados.
Apesar de agradar tanto ao paladar verde-amarelo, 63% dos entrevistados desconhecem as propriedades nutricionais da semente e 12% acreditam que ela é constituída apenas de gordura e colesterol ruim.
Mas a má fama do amendoim é falsa, já que o alimento é, segundo pesquisas, um protetor do coração. Isso porque contém nutrientes para diminuir o colesterol LDL, a faceta ruim da molécula, e manter as artérias sempre saudáveis, afastando o risco de doenças cardiovasculares.
É o caso dos fitoesteróis, substâncias que competem com o LDL na hora em que ele gruda em células para ser assimilado. “Os fitoesteróis enganam o organismo, tomando o lugar do mau colesterol e favorecendo sua eliminação”, esclarece a pesquisadora Neuza Maria Brunoro Costa.
Outro defensor do peito encontrado aos montes no amendoim é o resveratrol, aquele corante natural que também dá pinta em uvas e cebolas roxas. Por ser um poderoso antioxidante, ele age impedindo que o colesterol LDL forme placas enrijecidas nas artérias, a gênese da aterosclerose, um entupimento generalizado que abre caminho para a ocorrência de um infarto.
Um trunfo pouco estudado desse primo do feijão é a presença da arginina, um aminoácido que, dentro do corpo, se transforma em óxido nítrico. “Ele relaxa as artérias, o que aumenta o fluxo sanguíneo e diminui a pressão arterial”, ensina o nutrólogo José Alves Lara Neto, da Associação Brasileira de Nutrologia.
E, como toda oleaginosa, o amendoim é fonte de ácidos graxos monoinsaturados, as gorduras do bem. “Ele ainda fornece grandes quantidades de potássio, magnésio e vitamina E”, elenca Lara.
Por falar nesses dois últimos nutrientes, trata-se de uma dupla essencial para deixar o cérebro funcionando nos trinques. Já o potássio é célebre por evitar cãibras e fortalecer os ossos. Tudo isso é, sem dúvida, um prato cheio para a sua saúde.
O jeito certo de consumir
Tome cuidado com as versões industrializadas, aquelas coloridas e com cascas bonitas, têm sódio a rodo. Essas pitadas a mais do ingrediente fazem o risco de doenças cardiovasculares, como a pressão alta, disparar. É importante também se atentar à quantidade. “O ideal são 30 gramas por dia, que podem ser consumidos entre as refeições para aplacar a fome”, reforça a nutricionista Vanderlí Marchiori, de São Paulo.
Para fugir das armadilhas, a nutricionista ensina uma dica: torrá-lo em casa. “É só comprá-lo cru e deixá-lo, com casca ou sem, por dez minutos no forno. Daí, ele pode ser usado do jeito que preferir.” E você consegue controlar o sal.
Se optar pelo industrializado, procure marcas com o selo da Fundação Pró-Amendoim, que fiscaliza todas as etapas de produção do tira-gosto, atestando sua boa procedência. É que a aflatoxina, uma substância maligna presente em um fungo, pode dar as caras se o amendoim teve problemas na armazenagem ou empacotamento. “Ela então se aloja na casquinha e produz sérios danos ao fígado”, adverte Sandra Bragança Coelho, pesquisadora da Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais.