Quando vale a pena colocar lentes de contato nos dentes?
O procedimento se tornou febre entre famosos e seus admiradores, mas não deveria ser uma prática corriqueira, sem indicação de saúde
A maioria dos brasileiros não vai ao dentista com regularidade, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Por outro lado, a ideia de um sorriso perfeito, branco e proporcional tem levado muita gente a procurá-los com um único objetivo: a colocação de lentes de contato nos dentes.
Apesar de estarem na moda atualmente entre celebridades, influenciadores e atletas, as chamadas facetas dentárias existem pelo menos desde os anos 1950. Naquela época, eram produzidas com porcelana e serviam para corrigir fraturas e manchas nos dentes, bem como para adequar o espaço entre eles.
Com a evolução da tecnologia, passaram a ser produzidas com resinas compostas. Por volta dos anos 2000, o escaneamento digital permitiu moldes dentários mais precisos. Hoje em dia, as lentes de contato possuem aproximadamente 1 milímetro de espessura e continuam sendo confeccionadas com os mesmos materiais, em cerâmica ou resina.
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O uso é indicado para pessoas com dentes escurecidos por lesões de cáries ou outros traumas, manchas que não podem mais ser resolvidas com clareamentos, pacientes que possuem espaçamentos irregulares entre os dentes, microdentes ou dentes em formato de cone. Por outro lado, os motivos que levam pessoas a colocá-las têm se tornado puramente estéticos, ao invés de priorizar a saúde bucal.
Os riscos das lentes dentárias sem necessidade
Apesar de haver uma pequena diferença de nomenclatura, as lentes e as facetas dentárias seguem o mesmo princípio. O que muda é a espessura e o preparo dos dentes para a colocação.
Em qualquer cenário, ambas envolvem o desgaste dos dentes, que não voltam a crescer. A colocação dessas próteses é a opção mais rápida para alterar o desenho do sorriso, mas a pressa pode ser inimiga da perfeição.
Os riscos de um procedimento mal feito e de falta de cuidado após a aplicação são muitos: sensibilidade nos dentes, infiltrações de cárie, proliferação de bactérias, gengivite e doença periodontal – que pode levar os dentes a caírem.
O tratamento não é indicado para pessoas com bruxismo ou que roem as unhas, pois as lentes são coladas por cima da superfície dos dentes naturais com um cimento adesivo.
Como é a colocação de lentes nos dentes?
O tempo para a aplicação pode variar de acordo com a complexidade do caso, o número de dentes que vão receber lentes e a experiência do profissional que vai realizar o procedimento.
Após uma sessão de diagnóstico e planejamento, o dentista realiza o molde digital para adequação e numa terceira consulta pode fazer a colocação das lâminas.
A manutenção deve ser realizada frequentemente, de seis em seis meses ou pelo menos uma vez por ano. Essa manutenção pode envolver o polimento das resinas e a avaliação da formação de tártaro nas margens das lentes. Além disso, eventualmente, será necessário trocá-las.