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O que é intolerância à lactose: sintomas, diagnóstico e tratamento

Causado pela baixa produção da enzima que digere o açúcar do leite, esse problema traz dor de barriga e outros incômodos gastrointestinais. Como tratar?

Por Goretti Tenorio e Chloé Pinheiro
18 jul 2019, 17h39
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  • A intolerância à lactose causa dor de barriga, gases e outros desconfortos gastrointestinais após a ingestão de leite e derivados. Para confirmar o diagnóstico, o médico avalia o histórico do paciente, descarta outras doenças com sintomas semelhantes e pode pedir exames. O tratamento varia, mas envolve limitar o consumo de lácteos e eventualmente tomar cápsulas com lactase, a enzima que quebra a lactose.

    Quer mais detalhes? É pra já:

    O que causa a intolerância à lactose

    Os sintomas decorrem da incapacidade total ou parcial do organismo de produzir a lactase, uma enzima que quebra a lactose, o açúcar dos produtos lácteos. Com isso, o composto se acumula no intestino e é fermentado pelas bactérias que vivem ali, provocando mal-estar.

    A intolerância surge de diferentes maneiras. Sua forma mais comum acontece pela redução natural da concentração de lactase com o avançar da idade.

    O bebê, que se alimenta exclusivamente do leite, fabrica largas doses dessa enzima. Conforme a criança vai crescendo e outros alimentos entram no cardápio, sua produção diminui aos poucos. Em alguns indivíduos, a queda é acentuada e, aí, o corpo não encara muito bem alguns goles de leite.

    Em episódios raros, o distúrbio tem origem genética. E há ainda uma terceira causa: quando micro-organismos ou um processo inflamatório atacam as células intestinais responsáveis por gerar a lactase.

    Embora muita gente confunda intolerância com alergia, os dois problemas são distintos. Enquanto o primeiro é marcado pela dificuldade em quebrar a lactase, o segundo é uma resposta exagerada do sistema imunológico a uma proteína específica do leite da vaca. O ataque das células de defesa patrocina manifestações em todo o corpo, como inchaço nos lábios, coceira, manchas na pele, tosse e falta de ar. A alergia tende a ser mais perigosa, portanto.

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    Sintomas e sinais

    Fatores de risco

    A prevenção

    Não há como conter a queda na produção da lactase. Contudo, vale lembrar que o bom funcionamento dos órgãos digestivos repercute na digestão da lactose.

    Ou seja, a recomendação é investir num cardápio com verduras, frutas e cereais integrais, que facilitam o trânsito intestinal. O organismo mais saudável fica menos propenso a gases e cólicas, mesmo com a presença de lactose não digerida.

    Infecções intestinais podem ocasionar o que os especialistas chamam de intolerância transitória. Nesses casos, tratar a infestação de germes é o caminho para restabelecer a fabricação da lactase e se livrar dos desconfortos ao ingerir leite e derivados.

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    Por outro lado, medicamentos como os antibióticos fragilizam o intestino. Esses fármacos só devem ser usados com a recomendação do médico.

    O diagnóstico da intolerância à lactose

    Para ter certeza de que a lactose é o que está desencadeando diarreia, azia e má digestão, é preciso descartar a possibilidade de outras enfermidades gastrointestinais. Há uma série de disfunções capazes de disparar uma intolerância transitória, como a síndrome do intestino irritável, a doença de Crohn e a doença celíaca.

    Só um especialista consegue traçar as estratégias para confirmar o diagnóstico da intolerância. Para começar, o médico leva em conta o histórico do paciente, o tempo que ele apresenta os sintomas e a intensidade de dores e náuseas.

    A partir desse relato, a primeira indicação envolve retirar os lácteos da dieta durante duas semanas. Após esse período, eles são reintroduzidos aos poucos. Se os desconfortos somem no período de restrição e voltam depois, é um forte indício de que a lactose está por trás do sofrimento.

    Além disso, é possível investigar a intolerância com um exame de sangue. A primeira coleta é feita em jejum. Depois, a pessoa bebe uma dose concentrada de lactose e volta a retirar outras amostras do líquido vermelho dentro de algum tempo.

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    Se houver aumento da glicose na circulação, é sinal de que não há dificuldade na absorção da lactose. Porém, caso os níveis de açúcar não se alterem, o leite vira o principal suspeito de deflagrar os incômodos.

    Há também o teste de concentração de hidrogênio expirado. Nele, o paciente sopra um aparelho, que detecta a presença de gases da fermentação da lactose no intestino. Quando eles estão elevados, o médico liga o sinal de alerta.

    O tratamento

    Não existe medicamento para estimular a produção de lactase pelo corpo. A intolerância deve ser administrada com controle da dieta. Como as doses toleradas de lactose variam de pessoa para pessoa, o profissional de saúde indicará a quantidade de lácteos que pode ser consumida.

    No entanto, são raros os casos em que se retira o leite e seus derivados completamente do cardápio. Esse corte, aliás, nunca deve ocorrer sem a orientação do médico, sob o risco de promover deficiência nutricionais graves, com baixas no aporte de cálcio, fósforo, potássio, magnésio e vitaminas.

    No dia a dia, algumas dicas ajudam quem foi diagnosticado com a intolerância. A principal é nunca tomar o leite em jejum.

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    Se os goles forem acompanhados de outros alimentos, a digestão fica mais lenta. Consequentemente, a lactose demora para alcançar o intestino delgado. Ela vai chegar ao órgão aos pouquinhos, o que facilita o trabalho das poucas moléculas de lactase que estão por lá.

    Outra medida envolve fracionar a ingestão desses alimentos ao longo do dia. Quanto menor a porção ingerida, menor o risco de desencadear sintomas.

    Também é importante compreender que há lácteos menos perigosos para essa turma. Exemplo: queijos normalmente possuem menos lactose que o leite. Com exceção dos tipos frescos, eles concentram quantidades mínimas desse açúcar.

    Iogurtes são outra pedida para quem sofre com a intolerância. Durante sua produção, são adicionadas bactérias que devoram a lactose. Dessa forma, há uma redução de 20 a 25% na quantidade desse açúcar nos potinhos. Os leites fermentados também são bem-vindos pelo mesmo motivo.

    Quando o distúrbio é severo e um pouquinho de açúcar lácteo já desperta problemas digestivos, a alternativa é investir em produtos com zero lactose, facilmente encontrados nas prateleiras dos supermercados.

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    Existe ainda a possibilidade de tomar cápsulas com lactase antes da refeição ou adicionar sachês com essa enzima no copo de leite. Os pacotinhos trazem quantidade suficiente para quebrar até 50 gramas de lactose, quantidade presente em um litro do produto da vaca. Também é possível misturar o pó em água ou sucos.

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