Com a valorização de alimentos dotados de uma formulação mais saudável, uma palavra que se multiplicou nas prateleiras foi “integral”.
Pães, bolos, bebidas e outros produtos industrializados apostaram nessa chamada para atrair o consumidor. Só que não havia nenhum critério estabelecido para garantir a legitimidade da alegação nas embalagens.
Agora, a festa acabou: a Anvisa formulou uma série de exigências para que o nome possa ser exibido no rótulo.
“Antes, as empresas podiam incluir a quantidade de cereais integrais que quisessem ou até não colocar, e, mesmo assim, vendiam o produto como integral”, conta a nutricionista Mariana Ribeiro, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
“Mas vale lembrar que ser integral não é sinônimo de saudável. Principalmente em alimentos ultraprocessados”, alerta ela.
Produtos que não cumprem os requisitos não podem ter palavras, símbolos ou ilustrações no rótulo que subentendam ou indiquem que eles são integrais.
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O que mudou nos integrais?
As empresas terão de ser mais claras quanto aos ingredientes
Integral
Para ter a palavra, é preciso ao menos 30% de ingredientes integrais, em maior proporção que os refinados.
Percentual
É obrigatório exibir a porcentagem de cereais integrais presentes na composição total do produto no rótulo.
Abaixo de 30%
Se possuir menos de 30%, não pode exibir o nome integral, mas pode informar a porcentagem se quiser.
Líquidos
Na embalagem, a palavra “integral” deve ser substituída pela expressão “com cereais integrais”.
Farinhas
A resolução não se aplica às farinhas integrais e aos produtos feitos exclusivamente com cereais integrais.
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Integrais vs refinados
Integrais são alimentos e ingredientes utilizados na íntegra, fontes de fibras, minerais, vitaminas e energia. Também contêm carboidrato
e proteína.
Já os refinados passam por processos químicos em que perdem parte das fibras, vitaminas e minerais. Têm menor valor nutricional e tendem a fazer a glicemia subir mais depressa.