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Chá de lixeira é bom para cicatrização e saúde do fígado?

Planta também conhecida como barbatimão é estudada por propriedades benéficas à saúde em outras apresentações, mas seu consumo na forma de chá é arriscado

Por Maurício Brum
Atualizado em 25 set 2025, 16h23 - Publicado em 25 set 2025, 16h20
barbatimao-stryphnodendron-lixeira
Quando o assunto é chá de lixeira, é muito difícil acertar a dose que não causa problemas (Denibranco/Wikimedia Commons)
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Lixeira ou casca-da-virgindade são apenas alguns dos nomes bem curiosos pelos quais as plantas do gênero Stryphnodendron são conhecidas no Brasil. Também chamadas de barbatimão, essas espécies têm sido estudadas por suas propriedades medicinais.

Sabe-se, por exemplo, que o barbatimão tem boas capacidades cicatrizantes e adstringentes, e as pesquisas focam em suas aplicações na busca por tratar feridas ou queimaduras. Tentando aproveitar esses benefícios, muita gente também garante que o chá de lixeira poderia ser uma boa alternativa para a saúde.

Só que a história não é bem assim: a ingestão de preparados com essa planta exige cuidado extremo, com grande chance de toxicidade.

Entenda melhor para que realmente serve o barbatimão e por que tomar o chá pode não ser uma ideia tão boa assim.

Propriedades do barbatimão

Não importa se você chama de lixeira, de casca-da-virgindade, de barbatimão ou de alguma outra variante regional. Essa espécie típica do Cerrado brasileiro é conhecida por seus altos teores de taninos, que podem propiciar a formação de novos vasos sanguíneos e a reparação de tecidos na pele.

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As espécies do gênero Stryphnodendron também contam com alcaloides, flavonoides e saponinas, que têm potencial anti-inflamatório, antioxidante, analgésico e antimicrobiano.

Tudo isso é interessante para quem busca a cicatrização e, de fato, o barbatimão é consagrado nessa seara. Só que, neste ponto, é preciso a ressalva: a fama se refere ao extrato da planta usado, por exemplo, em pomadas ou cremes. Não há garantia de que beber o chá realmente acelere esses processos.

Muito menos certezas sobre o chá

Se o chá não ajuda na cicatrização, será que ele poderia, pelo menos, contribuir para a saúde do fígado? Afinal, em lugares onde a lixeira é abundante, como o Mato Grosso, a medicina popular indica o consumo do chá feito com a casca do barbatimão para melhorar desconfortos hepáticos.

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De fato, alguns estudos têm demonstrado que dosagens específicas do chá podem conferir uma proteção ao fígado, mas aqui existe um ponto de cuidado importantíssimo: a dose terapêutica é muito próxima da dose que promove efeitos tóxicos em nosso organismo.

Ou seja, basta errar um pouquinho a mão que você já está preparando uma bebida que pode fazer muito mais mal do que bem. E, infelizmente, é impossível determinar a concentração dos compostos do barbatimão em um preparado caseiro. A mesma quantidade da casca pode ter níveis diferentes das substâncias que podem causar problemas, dependendo de características como clima e solo em que a planta cresceu.

Hoje, a única certeza é que não existe uma base científica para atestar uma dose totalmente segura do chá de lixeira, e seu consumo regular é contraindicado. Evite beber preparados dessa planta sem a devida orientação médica, e suspenda o uso imediatamente caso tome o chá e sinta qualquer desconforto.

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