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Teste de coronavírus: quem deve fazer e como é o exame?

Tossiu, espirrou e logo pensou em fazer o teste para o coronavírus? Segure a ansiedade. Entenda por que nem todo caso suspeito é avaliado no Brasil

Por Daniella Grinbergas e Gustavo Vianna
Atualizado em 12 nov 2020, 09h41 - Publicado em 24 mar 2020, 19h42

Atualmente, a recomendação do Ministério da Saúde é a de fazer teste do coronavírus apenas em casos graves de pessoas com suspeita do covid-19 e profissionais de saúde e segurança com sintomas respiratórios. Mas, porque não realizar o exame em qualquer um que apresente tosse, febre e coriza?

No mundo ideal, toda a população com sinais suspeitos deveria ser testada. Inclusive, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda essa ação. “Caso isso fosse possível, teríamos uma melhor noção da taxa de mortalidade. Se testamos apenas casos graves, chegamos a um número irreal da doença e, consequentemente, uma mortalidade que parece ser maior”, aponta o infectologista João Prats, da BP — A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Isso porque há uma quantidade considerável de casos assintomáticos ou com sintomas leves que não serão diagnosticados.

Além disso, confirmar a presença do coronavírus (também chamado de Sars-Cov-2) em alguém ajuda a reforçar o isolamento desse indivíduo e dos indivíduos mais próximos. Isso frearia o ritmo de transmissão da Covid-19, doença provocada por esse agente infeccioso.

Infelizmente, até o momento não dispomos de kits de testes suficientes no Brasil para uma política abrangente de examinação (outros países enfrentam situação semelhante). Fora que pacientes com diagnóstico do novo coronavírus e com sintomas leves devem ficar em casa isolados, eventualmente tomando remédios para aplacar sintomas. Ou seja, do ponto de vista individual, pouco mudaria saber com certeza qual o agente infeccioso por trás daquela tosse chata, por exemplo. Outro argumento é o de que a ida a um laboratório ou hospital para fazer o exame pode terminar em contaminação.

Enfim, considerando nossas condições, a recomendação oficial é a de procurar atendimento médico e realizar o exame se estiver com os sintomas agravados e sentir desconforto respiratório.

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Mas, afinal, como é o teste para diagnosticar o coronavírus?

Há dois tipos de exame. O mais assertivo é o RT-PCR, que utiliza a biologia molecular. Nele, uma amostra de secreção nasal e da garganta do paciente é levada ao laboratório para uma busca minuciosa pelo material genético do Sars-Cov-2.

“Esse processo em laboratório demora oito horas, se não houver fila. Mas com uma demanda tão grande como a atual, a capacidade produtiva dos laboratórios está menor”, conta Carlos Eduardo dos Santos Ferreira, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML).

Há ainda os chamados testes rápidos, que também são feitos a partir de secreção nasal e de garganta ou sangue. Eles ficam prontos em tempo recorde: entre 10 e 30 minutos. O Ministério da Saúde recentemente anunciou o recebimento de 8 milhões de exames do tipo — a princípio, eles serão destinados a profissionais de saúde e de segurança.

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O problema: apesar de ágeis, não são tão confiáveis. Ao contrário do RT-PCR, eles medem a quantidade de dois anticorpos (o IgG e o IgM) que o organismo produz quando entra em contato com um invasor. Acontece que o IgM é produzido na fase aguda da infecção, ao passo que IgG pode aparecer só mais tarde. E para dar um resultado positivo, é preciso que haja uma quantidade mínima dessas moléculas circulando pelo corpo. Assim, em algumas situações, o exame pode não detectar a presença do novo coronavírus (um resultado falso-negativo, como dizem os experts).

“Os testes rápidos não podem ser usados como único parâmetro de diagnóstico e devem ser feitos apenas por profissionais especializados”, diz Marcella Abreu, gerente de produtos para diagnóstico in vitro da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Segundo a entidade, no momento há oito marcas de testes rápidos validadas no Brasil, porém outras tantas estão em fase de avaliação, com prioridade. “Um dos problemas que estamos enfrentando é que a maioria dos produtos aprovados vem da China e Coreia, ou com matérias-primas desses países. Nós dependemos da capacidade de fabricação deles”, justifica Abreu.

Dessa forma, o entendimento do governo é de que é melhor preservar os kits que temos para quem realmente precisa ser testado, em especial quando o número de casos de Covid-19 no Brasil crescer.

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