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Testes para coronavírus: entenda os tipos e diferenças entre eles

Saiba quais são os exames disponíveis para detectar o Sars-Cov-2 e veja um panorama da testagem no Brasil

Por Abril Branded Content
Atualizado em 3 dez 2020, 09h49 - Publicado em 12 nov 2020, 10h00

Especialistas pelo mundo afora são enfáticos em dizer que o controle da Covid-19 em qualquer país depende em boa medida da capacidade de testar a população. Em agosto de 2020, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) apontava: entre o início da pandemia e o mês de julho, quase 13,5 milhões de pessoas, pouco mais de 6% da população, tinham feito algum teste para saber se haviam sido infectados pelo Sars-Cov-2. Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelaram ainda que 4,7 milhões de brasileiros fizeram o teste RT-PCR e 6,4 milhões passaram pelo teste rápido.

O Ministério da Saúde, por sua vez, informou que até meados de setembro mais de 15 milhões de kits de testagem haviam sido enviados aos estados, 7 milhões de RT-PCR e 8 milhões de testes rápidos. O órgão contabilizou ainda que, até o dia 19 de setembro, haviam sido realizados mais de 6,4 milhões de exames de RT-PCR – 3,75 milhões na rede pública e 2,67 milhões nos laboratórios privados. 

Quais são os tipos de teste do coronavírus

O esforço conjunto para detectar a presença do vírus em nosso território se justifica. Afinal, é preciso conhecer a sua disseminação para criar estratégias capazes de conter a expansão da Covid-19. Esse desafio deu origem, por exemplo, ao Centro de Diagnóstico Emergencial (CDE), instalado em Alphaville, em São Paulo – uma parceria da Dasa com o Ministério da Saúde que rendeu a doação, por parte do laboratório, do processamento de exames para o diagnóstico de infecção pelo novo coronavírus

Em setembro, a iniciativa foi lembrada no evento on-line de lançamento do Prêmio Abril e Dasa de Inovação Médica, que, em sua terceira edição, é voltado a trabalhos sobre a Covid-19. “Mais de 2 milhões de pessoas já fizeram exames para a doença dentro de nosso grupo”, contou Emerson Gasparetto, Chief Medical Officer (CMO) do Grupo Dasa. 

Seja para identificar a presença do vírus e isolar e tratar o paciente, seja para contribuir com estudos epidemiológicos no contexto da Covid-19, os testes disponíveis apresentam variados graus de sensibilidade e têm um momento ideal para serem feitos. 

“Na Dasa, observamos uma queda da taxa de positividade dos testes entre o terceiro trimestre e início do quarto trimestre. Essa taxa, que chegou a 30% de resultados positivos, hoje está em torno de 20%, porém neste momento temos algumas regiões específicas que estão com novas elevações de casos positivos”, conta Gustavo Campana, diretor médico da Dasa. “Isso reflete a diminuição total no número de casos que a gente vem acompanhando nas estatísticas da doença no país e a questão da regionalidade”, pondera Campana, que é também vice-presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial. 

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TIPOS DE TESTE: MOLECULAR

RT-PCR 

Considerado o padrão ouro para diagnosticar a Covid-19, o RT-PCR constata a presença do material genético do Sars-Cov-2 na amostra do paciente. Por isso, o ideal é que seja feito na primeira semana de sintomas, de preferência não ultrapassando o 12º dia. É que nesse período a carga viral está mais elevada, o que permite detectar o RNA do SARS-CoV-2 na amostra analisada. 

Como é feito: o material de escolha para análise é a secreção respiratória, colhida no nariz e na garganta por meio do swab, instrumento semelhante a um cotonete. 

Os resultados são seguros? Feito na janela de tempo correta, o exame tem alto grau de confiabilidade, acima de 90%, e dificilmente apresenta um resultado falso positivo. Os laudos costumam sair em até dois dias.

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Quais as vantagens? Com o resultado positivo do RT-PCR, são determinadas estratégias, como o isolamento do paciente, e traçado o plano de tratamento. Sem contar que a confirmação da doença em uma pessoa serve para guiar a testagem de assintomáticos que tiveram contato com ela.

Onde fazer? O RT-PCR é feito nos atendimentos hospitalares, públicos ou privados, e está disponível nas principais redes de laboratórios privados. Tem cobertura dos planos de saúde para pacientes depois do oitavo dia do aparecimento de sintomas, desde que haja pedido médico. 

POCT-PCR 

Do inglês point of care test para PCR, o exame também é feito pela coleta de secreção do nariz e garganta pelo swab e igualmente é capaz de detectar o material genético do vírus – é realizado em laboratórios hospitalares e tem a vantagem de os resultados saírem em minutos, o que agiliza as condutas clínicas de pacientes dentro dos hospitais. 

Sequenciamento Genético, Sanger 

Exclusividade dos laboratórios da rede Dasa, o teste usa metodologia de sequenciamento e não precisa de reagentes para extrair o RNA do Sars-Cov-2, o que o coloca em vantagem para a ampliação da testagem no país. Apresenta a mesma precisão do RT-PCR.

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CRISPR

Igualmente disponível apenas na Dasa e com acurácia também semelhante ao RT-PCR, trata-se de uma técnica de edição gênica que demanda menos tempo para flagrar o RNA do vírus – cerca de uma hora. O material biológico é coletado da mesma forma que o RT-PCR.

TIPOS DE TESTE: IMUNOLÓGICOS

Sorologia 

Esse tipo de teste não detecta o vírus, mas sim a presença de anticorpos, isto é, a resposta do nosso organismo frente à infecção. Ou seja, identifica quem já teve contato com o Sars-Cov-2 ou quem já teve a doença. Após alguns dias do aparecimento da doença, a quantidade de vírus vai diminuindo e começam a surgir os anticorpos – por essa razão, nesse exame a amostra de sangue deve ser coletada após sete ou dez dias dos sintomas.

Os anticorpos são proteínas fabricadas pelo nosso sistema de defesa para reconhecer e barrar micro-organismos nocivos. Os testes sorológicos para Covid-19 detectam a presença dos anticorpos da classe das imunoglobulinas – IgA, IgM (que aparecem mais precocemente, em geral em torno de dez dias após a infecção) e IgG (estes chamados de memória tardia, ou seja, aparecem quando a exposição ao agente infeccioso ocorreu há mais tempo, depois de cerca de 15 dias). Uma característica interessante na Covid-19 é o aparecimento destes diferentes tipos de anticorpos em um mesmo momento, o que é chamado sincronismo. Esta característica tem gerado um grande desafio na interpretação destes exames.

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O teste sorológico é realizado a partir de diferentes tecnologias. O imunoensaio enzimático (ELISA) revela a presença de IgA e  IgG. o sorológico por quimioluminescência (CLIA) é baseado na emissão de luz produzida por reações químicas e discrimina IgM (fase aguda da doença) e IgG (os anticorpos de memória). A sorologia eletroquimioluminescência (ECLIA), por sua vez, identifica os anticorpos totais, sem fazer diferenciação entre eles. 

Como é feito: a sorologia é realizada em sangue venoso, coletado por meio de uma punção do sangue da veia do paciente. O sangue é coletado e armazenado em tubos para ser analisado em laboratório.  

Os resultados são seguros? Os sorológicos apresentam menor sensibilidade para o diagnóstico da doença quando comparados ao RT-PCR, por isso não é recomendado para este fim. Se forem feitos logo no início dos sintomas, há um risco maior de dar um resultado falso negativo, uma vez que a produção de anticorpos pode ainda não ser suficiente. Mais raramente é possível ocorrer ainda a chamada reação cruzada: diante da presença de anticorpos contra outros vírus, como o do H1N1, o exame revela um falso positivo para Covid-19.

Quais as vantagens? São úteis para avaliação da exposição prévia ao vírus de forma tardia após o início dos sintomas ou mesmo em assintomáticos. Como avaliam o grau de exposição de determinados grupos ou populações, são usados também em estudos epidemiológicos e ajudam na tomada de decisão sobre medidas de controle da doença. No fim de setembro, por exemplo, a Prefeitura de São Paulo anunciou que vai testar mais de 770 mil pessoas, entre alunos, professores e funcionários da rede municipal de ensino, para programar de forma mais segura o retorno às aulas presenciais. 

Onde fazer? Na rede pública, são solicitados quando o paciente procura as unidades de saúde com sintomas da doença. Está disponível nas principais redes de laboratórios privados e, em agosto, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deu andamento na cobertura dos planos de saúde, mediante solicitação médica e quando o RT-PCR deu negativo. Os resultados costumam sair em dois ou três dias

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Testes rápidos

O nome técnico é teste de imunocromatografia de fluxo lateral. Recebe essa denominação porque o resultado corresponde a uma alteração de cor quando o sangue colhido entra em contato com o reagente. 

Como é feito: a amostra é obtida por meio de uma pequena incisão na ponta do dedo e colocada num kit, com indicação visual do resultado.

Os resultados são seguros? A confiabilidade do resultado varia muito, podendo apresentar alta taxa de falso negativo. Os testes rápidos têm menor sensibilidade. Individualmente há um risco de interpretação, ou seja, a pessoa pode ter sido exposta ao vírus, mas o resultado é negativo, principalmente em populações de baixa prevalência”, avalia Gustavo Campana. “Por isso, na nossa visão, eles podem ter uma aplicação como ferramenta de inquérito sorológico, mas não indicamos como teste de diagnóstico de exposição prévia ao vírus ou não”, conclui. 

Quais as vantagens? Não necessita de equipamentos laboratoriais e os resultados saem em poucos minutos. Também podem ser uma boa estratégia na investigação de grandes grupos da população, fornecendo informação a gestores de saúde na hora de elaborar a reabertura das atividades.  

Onde fazer? Algumas redes de laboratório, a exemplo da Dasa, não fazem esse tipo de teste. Eles estão disponíveis em farmácias e não têm cobertura dos planos de saúde. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão responsável pela aprovação dos testes de Covid-19 em uso no país, disponibiliza uma gina em que é possível acompanhar o status dos pedidos de registro dos exames, incluindo os testes rápidos.

Diagnosticar para controlar

Diante de um 2020 tão desafiador, a terceira edição do Prêmio Abril e Dasa de Inovação Médica vai reverenciar médicos e demais profissionais do nosso país que se engajaram em pesquisas e demais iniciativas voltadas ao combate do Sars-Cov-2. Para controlar a Covid-19, diz o mantra da Organização Mundial da Saúde, o primeiro passo é testar, testar e testar. E uma das categorias da premiação, Medicina Diagnóstica, contempla justamente estudos e demais projetos realizados nas áreas de análises clínicas, patologia, radiologia e diagnóstico por imagens relacionados não apenas à detecção da doença, mas também aos impactos do vírus no organismo.

Para avaliar os trabalhos dessa e das outras quatro categorias – Prevenção, Genética, Tratamento e Medicina Social – a premiação conta com um júri técnico formado por grandes nomes da ciência e da medicina brasileira, entre eles o radiologista Emerson Gasparetto, Chief Medical Officer (CMO) do Grupo Dasa; a pneumologista Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); Gustavo Campana, especialista em Patologia Clínica/Medicina Laboratorial e diretor médico da Dasa; e a infectologista Nancy Bellei, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Conheça todos os demais nomes do júri no site da premiação. Os ganhadores serão anunciados em um evento virtual no começo de dezembro.

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