Um dos desafios envolvendo infecções fúngicas é que o processo de detecção e confirmação da doença costuma ser lento — os exames em geral precisam cultivar o micróbio da amostra para bater o martelo.
Só que a corrida contra o tempo é essencial para deter uma dessas moléstias, a esporotricose, que ataca a pele de bichos e humanos. Ela é considerada uma zoonose endêmica em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo — ou seja, está disseminada e pode ser transmitida entre as espécies — e se aproveita do retardo no diagnóstico porque, muitas vezes, suas lesões são confundidas com outras encrencas.
A saída para esse impasse veio da startup BiDiagnostics, fundada pela biomédica Leila Lopes Bezerra, que estuda a esporotricose há mais de 40 anos. “Desenvolvemos um exame sorológico que detecta o fungo e cujo resultado sai em algumas horas”, conta.
Com o laudo do teste, cocriado pela Merck Life Science, já se pode prescrever o contra-ataque terapêutico.
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Olho na esporotricose!
Trata-se de uma doença perigosa para os gatos: ela leva à morte cerca de 50% dos felinos infectados. Mas existe tratamento (e cura) se for identificada logo no início, assim como medidas de prevenção.
O fungo Sporothrix brasiliensis está presente no ambiente, em regiões com jardins e areia. Por isso, o ideal é evitar o acesso dos animais a áreas externas. O cuidado também protege as pessoas: mesmo gatos não infectados podem carregar o fungo nas unhas e passar ao dono.