A doença, antes restrita à zona rural, tem invadido as metrópoles, causando danos potencialmente fatais a cachorros. “Uma das explicações para essa expansão da leishmaniose são alterações ambientais, como desmatamentos, que provocam o deslocamento do inseto transmissor”, avalia a veterinária Anaiá da Paixão Sevá, pesquisadora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo.
“Ao proteger o cão, que é um reservatório do protozoário causador da doença, também protegemos a saúde do dono”, explica.
Ficha técnica
O que é: Doença parasitária crônica, a leishmaniose pode ser cutânea ou visceral, versão em que afeta órgãos como fígado e baço.
O que causa: O protozoário Leishmania infantum chagasi, responsável pelo tipo visceral, invade e ataca o organismo do animal.
Transmissão: Fêmeas dos flebotomíneos, insetos pequenos conhecidos como mosquito-palha ou birigui, são os principais vetores.
Tratamento: Em 2017 foi aprovado no Brasil um medicamento contra leishmaniose canina. O uso é feito em ciclos de 28 dias a cada quatro meses.
Como prevenir
Sem método 100% eficaz, uma combinação de medidas ajuda na proteção
Vacina: Só pode ser administrada em cão não infectado, o que exige um exame de sangue antes. A dose é repetida anualmente.
Repelente: O uso de coleira com a substância deltametrina tem se mostrado eficiente: inibe a aproximação do inseto e mata aqueles que picam o animal.
Tela: Como a ideia é bloquear o contato com o mosquito transmissor, o uso de telas é mais um recurso recomendado por especialistas.
Limpeza: A fêmea do mosquito deposita os ovos em matéria orgânica e lixo. Por isso, as condições higiênicas no entorno fazem diferença.