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Pele de tilápia auxilia na (re)construção vaginal

Além de não conter vírus ou bactérias contaminantes aos humanos, a pele de tilápia é rica em colágeno e tem propriedades cicatrizantes

Por Da Redação
Atualizado em 16 fev 2022, 19h00 - Publicado em 16 fev 2022, 18h56

A pele desse peixe de água doce, abundante no país, já se tornou matéria-prima para curativos de queimaduras, um feito que ganhou a atenção do mundo e foi vencedor do Prêmio Dasa de Inovação Médica com VEJA SAÚDE de 2019.

Agora, o mesmo grupo da Universidade Federal do Ceará (UFC) passou a avaliar esse biomaterial em cirurgias de reconstrução vaginal. Além de não conter vírus ou bactérias contaminantes aos humanos, a pele de tilápia é rica em colágeno e tem propriedades cicatrizantes. Para uso cirúrgico, ela é desidratada, embalada a vácuo e esterilizada por irradiação.

“Há 25 anos a UFC tem um serviço de referência para tratar meninas que nascem com agenesia, a ausência de canal vaginal, embora tenham a genitália externa normal. Só que as cirurgias reparadoras usavam enxerto da pele das pacientes, retirado da virilha, gerando cicatrizes e desconfortos”, conta o cirurgião ginecológico Leonardo Bezerra, um dos responsáveis pelo projeto.

Já a alternativa da celulose oxidada, tradicional nessas operações, tem custo elevado porque o material é importado.

“O sucesso como curativo nos fez pensar no uso da pele de tilápia nesses casos, o que fez surgir um conceito inovador. Percebemos que ela pode funcionar como anteparo para o crescimento e o desenvolvimento celular. E, feita a cirurgia, a membrana é totalmente incorporada à vagina reconstruída”, relata o médico. Dê o play no vídeo para entender melhor o procedimento.

Nos estudos da UFC, 30 pacientes com a síndrome de Rokitansky, condição que afeta uma a cada 5 mil mulheres e é caracterizada pelo encurtamento ou inexistência do canal vaginal, passaram pela nova técnica, que também pode ser aplicada em pacientes que tiveram comprometimentos na região em função de tratamentos como radioterapia.

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O método se mostrou igualmente adequado a procedimentos de redesignação sexual em mulheres trans (50 participaram da pesquisa).

“Os resultados funcionais e estéticos contribuem para a melhora da função sexual, o bem-estar emocional e a qualidade de vida dessas pacientes”, celebra Bezerra.

A equipe da UFC também demonstrou que a pele de tilápia pode ser útil numa condição chamada sindactilia grave. Ela faz com que os dedos nasçam colados, e a membrana vem ajudando a impedir que eles voltem a se unir depois de separados.

Esse trabalho foi vencedor da categoria Inovação em Tratamento do Prêmio Dasa de Inovação Médica com VEJA SAÚDE 2021.

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Nome original do trabalho: A pele de tilápia na saúde sexual feminina e cirurgias reparadoras complexas: recuperação da função sexual de mulheres com estenose e malformação vaginal, autoaceitação de mulheres transgênero e reparo de sindactilia grave

AUTORES: Leonardo Robson Pinheiro Sobreira Bezerra, Zenilda Vieira Bruno, Manoel Odorico de Moraes Filho, Felipe Augusto Rocha Rodrigues, Carlos Roberto Koscky Paier, Edmar Maciel Lima Júnior, Álvaro Hernán Rodríguez, Stephany Ellen de Castro, Liz Rodrigues Picanço, Andressa Fernandes de Souza Mourão Feitosa e Larissa Bezerra Santiago.

INSTITUIÇÕES: Maternidade Escola Assis Chateaubriand, Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (UFC) e Centro Especializado en Cirugía Mamaria y Cirugía Transgénero (CECM/Colômbia).

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