Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Um novo jeito de ler o genoma dos vírus (e achar tratamentos)

Projeto vencedor na categoria Inovação em Genômica do Prêmio Dasa de Inovação Médica 2021 aprimora a investigação de patógenos como o coronavírus

Por Da Redação
14 fev 2022, 19h22

Se o coronavírus fosse uma pessoa de carne e osso, usar o método convencional para sequenciar seu código genético seria como tentar identificar o indivíduo pela sua sombra.

Essa é a metáfora a que o professor e pesquisador Marcelo Briones, do Centro de Bioinformática Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), recorre para explicar por que a técnica tradicional de leitura do genoma, o RT-PCR, deixa a desejar quando deparamos com um vírus formado por RNA, e não DNA, como o patógeno da Covid-19.

No sequenciamento convencional, converte-se a fita única do RNA do vírus em uma fita dupla, o chamado DNA complementar. Em seguida, produz-se um monte de clones dessa molécula, que são amplificados e lidos pelo maquinário.

Após mergulhar em dezenas de artigos científicos sobre os RNAs — um universo a ser explorado, na visão do biólogo —, Briones decidiu pegar um caminho diferente para decifrar o vírus: sequenciar diretamente seu RNA por meio de uma tecnologia baseada em nanoporos e analisá-lo com programas de bioinformática.

Compartilhe essa matéria via:

Ele e sua equipe obtiveram, assim, uma leitura mais refinada e apurada do genoma do Sars-CoV-2 — a resolução é cerca de 25 vezes maior que a do método usual.

E ainda identificaram uma modificação em um dos pedaços do RNA viral que permite ao agente infeccioso escapar da primeira linha de defesa do nosso organismo, multiplicando-se e se espalhando entre as células. Dê o play e entenda melhor no vídeo acima.

“Isso abre caminho inclusive ao desenvolvimento de novos tratamentos, num modelo parecido com o que já é estudado em drogas para o câncer”, diz Briones.

O sequenciamento direto do RNA também será capaz de revelar quem são, de fato, as variantes do coronavírus. E não só. “Poderemos utilizar essa metodologia em outros vírus de RNA”, prevê o professor.

Para ter ideia do potencial da estratégia, basta lembrar que entram no grupo os patógenos responsáveis por gripe, zika e dengue.

Esse trabalho foi vencedor da categoria Inovação em Genômica do Prêmio Dasa de Inovação Médica com VEJA SAÚDE 2021.

Nome original do trabalho: Sequenciamento direto do RNA de SARS-CoV-2 revela os sítios m6A e potenciais diferenças na metilação de sequências DRACH dos variantes

Autores: Marcelo Ribeiro da Silva Briones, João Henrique Coelho Campos, Luiz Mario Ramos Janini, Fernando Martins Antoneli Jr., Juliana Terzi Maricato e Carla Torres Braconi. INSTITUIÇÃO: Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.