Do estigma à inovação: os diversos avanços no combate ao HIV
O mundo observou transformações no cenário do HIV. Os remédios nunca foram tão bons, mas a discriminação e a falta de acesso ao tratamento são desafios

Diante de uma quantidade exponencial de vírus presentes no planeta, um deles talvez seja um dos mais reconhecidos, ainda que as letras da sigla que resumem a sua nomenclatura variem de um idioma para outro.
Ao longo de mais de quatro décadas, o mundo enfrenta uma epidemia global contínua causada pelo HIV, patógeno que, sem o tratamento adequado, pode levar ao desenvolvimento da aids, o estágio grave da infecção.
Embora o cenário epidemiológico da doença tenha apresentado avanços indiscutíveis nesse longo período, calcados principalmente pelo desenvolvimento técnico e científico, desafios ainda persistem.
O alcance da medicação às populações mais vulneráveis de países pobres, o diagnóstico oportuno capaz de evitar complicações e o estigma social associado ainda hoje às pessoas que vivem com HIV são apenas alguns pontos que devem ser lembrados.
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Para ampliar as discussões sobre o tema, o podcast Olhar da Saúde recebe a médica infectologista Andrea Almeida, que atua no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE).
“Os avanços no contexto do HIV precisam ser contínuos, não podem parar, porque estamos lidando com um vírus que não conseguimos ainda uma cura definitiva. Apesar de todo o investimento que tivemos ao longo desse período”, enfatiza Almeida.
No episódio, a médica faz um paralelo entre o início da epidemia, na década de 1980, quando ainda atuava como residente, e os dias atuais, momento em que o tratamento da infecção evolui para apenas um comprimido ao dia.
A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu metas globais com foco em acabar com a aids como problema de saúde pública até 2023.
Os países devem apresentar: 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; ter 95% dessa população em tratamento antirretroviral; e, do grupo em tratamento, alcançar 95% de indivíduos em supressão viral, ou seja, com HIV intransmissível.
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Até o momento, o Brasil alcançou duas dessas metas, incluindo diagnosticar e zerar a carga viral. Resta apenas ampliar o contingente de pessoas em tratamento que, embora ofertado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), enfrenta desafios para alcançar a todos de maneira equânime, ficando em risco especialmente populações pobre e vulneráveis.
O programa é apresentado por Carlos Eduardo Barra Couri, endocrinologista e fundador do portal Olhar da Saúde, e Diogo Sponchiato, redator-chefe de VEJA SAÚDE.
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