Não são poucos os antidepressivos disponíveis. Para ajudar os médicos a escolher um ou outro, cientistas da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, revisaram estudos que analisavam a influência dos nossos genes no aproveitamento dessas drogas. “Certas variações predispõem uma pessoa a ter mais efeitos colaterais ou a mal se beneficiar de determinado fármaco”, revela o psiquiatra Mark Frye, orientador do trabalho.
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Baseado em eventuais anormalidades do DNA, que são detectáveis no sangue, o profissional poderia optar por outro remédio ou adaptar sua dose. “Mas não faz sentido aplicar esses exames, que não são baratos, em todo paciente. A maioria não tem alterações que interferem no tratamento”, pondera o psiquiatra Mario Louzã, do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Os testes refinam nossa decisão quando a medicação não age como o esperado. E mesmo aí as manifestações do paciente já dão bons indícios”, conclui.
Decisão complexa
Embora promissora, a investigação do DNA vai demorar para se tornar comum no consultório psiquiátrico. Hoje, a escolha entre um comprimido e outro depende do perfil do indivíduo e de particularidades do quadro, além de possíveis interações medicamentosas.
Há também métodos que mapeiam áreas do cérebro e mostram sua atividade. Como nos testes genéticos, a expectativa é a de que um dia eles auxiliem a definir o melhor tratamento para cada situação – e até flagrem precocemente um mal psiquiátrico qualquer.