Socorristas para a saúde mental
Hospital paulistano cria primeiro curso que treina profissionais de várias áreas para lidar com o sofrimento alheio
O boom de transtornos psíquicos que vieram na esteira da pandemia deu o estalo para o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, estruturar um curso pioneiro de formação de socorristas em saúde mental.
Ele capacita profissionais com diferentes atuações a identificar pessoas em situação de risco e dá um panorama sobre as doenças que afetam o bem-estar dos funcionários e das companhias.
“As empresas precisam olhar para a saúde mental de forma cada vez mais estratégica. Hoje as pessoas buscam organizações alinhadas aos seus valores, onde possam se realizar no trabalho sendo felizes e saudáveis. Temos recebido feedbacks interessantes sobre o curso, como melhora do clima organizacional e implantação de uma cultura de segurança psicológica”, conta Leonardo Piovesan Mendonça, gerente de Saúde Populacional
e Atenção Primária do hospital.
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Por dentro do programa
Como funciona o curso de socorrista em saúde mental
- Para quem é?
Profissionais com diversas formações e atuações, e em qualquer nível organizacional. Empresas podem indicar quem serão essas pessoas. - Qual a carga horária?
O curso é totalmente online e dura 18 semanas. São 60 horas de aulas divididas em atividades ao vivo, fóruns e projetos. - O que contempla?
Os alunos são instruídos sobre transtornos mentais e suas manifestações e treinados a identificar situações de sofrimento. - Quem se formou?
Já completaram o curso 200 socorristas em todo o Brasil. E, dentro do próprio hospital, 40 profissionais possuem essa formação.
Capacitação para os líderes
Ciente de que a visão e o posicionamento dos gestores influenciam demais a harmonia e o equilíbrio psicológico dos colaboradores, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz acaba de criar outro curso, o de Saúde Mental para Liderança.
Ele é voltado a gerentes e diretores e se baseia na desmitificação do sofrimento emocional, na elaboração de ações voltadas ao cuidado e ao acolhimento e na análise dos fatores dentro da organização que favorecem ou previnem o adoecimento.
O treinamento tem 12 horas de duração, com aulas práticas e teóricas presenciais. Já foi administrado a 80 líderes de uma empresa do setor siderúrgico.