Ao menos uma em cada dez pessoas irá vivenciar uma alucinação auditiva alguma vez na vida. A experiência pode ser positiva, como ouvir a voz de alguém querido sem ele estar lá, ou intimidante, com caráter ameaçador e autodepreciativo.
Em geral, os mais afetados por essas ilusões convivem com transtornos como a esquizofrenia ou o estresse pós-traumático, e, em muitos casos, as medicações não dão conta de cessar as crises.
Por isso, pesquisadores australianos estão recorrendo à realidade virtual para criar avatares para essas vozes, ajudando pacientes a controlá-las.
“Isso tem produzido a maior redução na gravidade das alucinações já vista até agora [para casos que antes não respondiam aos tratamentos disponíveis]”, afirma Neil Thomas, professor da Universidade Swinburne de Tecnologia, na Austrália. Ele é um dos psicólogos à frente do projeto.
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A face do delírio
Dar um rosto à voz auxilia no controle das crises
Público-alvo
Estima-se que até 30% das pessoas com alucinações não respondam ao tratamento-padrão.
Nem sempre funciona
A terapia tradicional consiste no uso de antipsicóticos e de acompanhamento psicológico.
Tecnologia em cena
Pesquisadores desenvolveram modelos 3D para recriar vozes e rostos por trás dos delírios. O software recria mais de 1 milhão de variações da voz e 1 bilhão de expressões faciais.
Tomando as rédeas
A abordagem é usada com mediação de profissionais, ajudando os pacientes a retomar o controle de sua rotina.
Bons resultados
Primeiras avaliações mostraram reduzir a frequência, o estresse e a magnitude das alucinações.
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