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Como o bem-estar mental influi na cirurgia bariátrica (e vice-versa)

Certas características psicológicas afetam o resultado da operação de redução do estômago, que, por sua vez, mexe com as emoções

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 27 fev 2020, 12h31 - Publicado em 12 jan 2020, 10h48

Anos depois da operação da cirurgia bariátrica, é até normal que o indivíduo volte a ostentar alguns dos quilos perdidos. “Há um debate sobre qual o limite aceitável, mas estudos sugerem que um reganho acima de 20% do menor peso após o procedimento está associado a complicações de saúde”, conta a psiquiatra Maria Francisca Mauro, do Programa de Obesidade e Cirurgia Bariátrica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Rio de Janeiro.

Em um trabalho recente, Maria Francisca utilizou esse ponto de corte para analisar 108 brasileiros que recorreram ao bisturi para emagrecer há pelo menos um ano. A partir de questionários específicos, a profissional reparou que alguns traços psiquiátricos eram particularmente comuns na turma que engordou mais. Impulsividade, fome exacerbada e desinibição estavam entre eles.

“Temos que cuidar das questões psicológicas se quisermos melhorar os resultados dessa estratégia no longo prazo”, conclui Maria Francisca.

Os efeitos da cirurgia bariátrica na saúde mental

Vamos virar o lado da moeda. Em um levantamento de diferentes instituições australianas, cientistas vasculharam o histórico de hospitalizações psiquiátricas de 24 766 voluntários submetidos a uma técnica cirúrgica emagrecedora. Isso para verificar se as internações se tornavam mais frequentes depois dela.

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E sim: os atendimentos hospitalares a problemas emocionais ficaram três vezes mais recorrentes. Como se não bastasse, houve um aumento de cinco vezes nos relatos de automutilação — e 9,6% das mortes registradas nos meses e anos seguintes à operação decorreram de suicídio.

“Não podemos demonizar a cirurgia bariátrica, até porque há pesquisas mostrando que ela reduz a mortalidade entre os obesos graves”, pondera Maria Francisca. “Mas essa intervenção exige mudanças de comportamento difíceis para o resto da vida e, acima de tudo, não é milagrosa. Ela não resolve casamento, não salva o emprego e não acaba com a depressão”, arremata.

Os médicos, portanto, têm que deixar tudo isso claro e acompanhar seus pacientes de perto, inclusive após a operação.

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