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Como diferenciar a ansiedade normal da patológica? Entenda o diagnóstico

Aprenda quando é hora de buscar ajuda e o que é levado em conta para diagnosticar o problema

Por André Bernardo
Atualizado em 24 jul 2024, 14h09 - Publicado em 19 jul 2024, 13h41
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A ansiedade é, em certa medida, benéfica para nós (Fotos: Georgijevic/getty images/Veja Saúde)
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Aviso: esse conteúdo faz parte da série “Dossiê ansiedade: como nos tornamos escravos dela?”. Clique aqui para ler os outros conteúdos. 

Sentir ansiedade antes de disputar uma competição, fazer uma prova ou apresentar um trabalho é mais do que normal. “Nem toda ansiedade é um transtorno mental. A adaptativa inclusive é útil porque nos ajuda a melhorar o futuro”, tranquiliza o psiquiatra Antônio Nardi, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Trata-se, na realidade, de uma reação fisiológica natural e esperada. “Charles Darwin dizia que a ansiedade ajuda a prever a chegada do predador. Hoje, se não ficamos ansiosos, não estudamos para a prova nem treinamos para a competição, o que comprometerá nosso desempenho”, elucida o médico.

Mas a ansiedade pode passar dos limites e se transformar em patológica. Em vez de nos motivar, ela nos paralisa. Estamos falando do transtorno de ansiedade, quadro psiquiátrico que está aumentando de incidência. Como distinguir entre uma coisa e outra?

Existem sintomas característicos, como a preocupação excessiva, e outros menos conhecidos, como a procrastinação e o pessimismo. A régua será o impacto e a intensidade deles na vida de cada um.

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“Há o critério dos três Ds”, responde o psiquiatra Márcio Bernik, coordenador do Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). “São eles: distress (sofrimento excessivo), disability (prejuízo funcional) e disadvantages (desvantagem competitiva). Se atende a esses três critérios, temos um transtorno”, ensina.

A partir da suspeita, um médico psiquiatra confirma o diagnóstico.

Como é feito o diagnóstico da ansiedade?

“Na maior parte das vezes, o profissional chega ao diagnóstico por meio da história do paciente. Mas há casos em que a ansiedade está associada a um evento traumático, como sequestro, estupro ou assalto. É o que dá origem ao estresse pós-traumático”, explica Pedro Paulo Bicalho, presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

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No rastro da ansiedade, um exame puramente clínico pode levar a equívocos. Não há, por enquanto, métodos de imagem ou de laboratório capazes de dedurar o transtorno. Para evitar erros de diagnóstico, os médicos devem ser meticulosos. “É importante descartar problemas de natureza física”, expõe o psiquiatra Tito Paes de Barros Neto, autor do livro Sem Medo de Ter Medo (Objetiva) – Clique para comprar*.

“Há doenças do coração que, a exemplo da ansiedade, apresentam a taquicardia como um de seus principais sintomas.” Fundamental para o diagnóstico, na verdade, é o paciente procurar o médico. E essa não é uma realidade no país.

A pesquisa Panorama da Saúde Mental, do Instituto Cactus e da AtlasIntel, que ouviu 3 mil pessoas em todo o país, mostrou que  55% dos entrevistados nunca procuraram um profissional para tratar dessa queixa (a maioria, homens). “Muitos desconhecem os sintomas, outros pensam que cuidar da mente é coisa de maluco ou sinal de fraqueza”, lamenta Maria Fernanda.

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O que causa a ansiedade?

A ansiedade é democrática; o que muda são seus fatores de risco. Nos joves, ela costuma estar ligada às telas. Nos adultos, a uma infinidade de fatores, como o trabalho e a sobrecarga doméstica. Entre os idosos, ela advém do receio de ficar doente, perder a autonomia, acabar o dinheiro, ser abandonado…

Todos são atingidos, mas a situação entre os mais novos é especialmente preocupante. Clique aqui para ler mais sobre a epidemia de ansiedade entre eles.

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