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Como deixar (e manter) seu cérebro afiado

Desafiar-se e fazer amigos é mais importante do que focar nas palavras cruzadas, ensina médico em novo livro

Por André Bernardo
25 ago 2022, 17h18
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  • O neurocirurgião americano Sanjay Gupta, de 52 anos, é uma espécie de “Indiana Jones da medicina”. Sempre que há uma guerra, um terremoto ou um tsunami, costuma aparecer para socorrer as vítimas e cuidar dos sobreviventes.

    Quando não está viajando pelo mundo ou operando pacientes no Grady Memorial Hospital, Gupta está em sua casa em Atlanta, onde mora com a família, escrevendo. Mente Afiada — Desenvolva um Cérebro Ativo e Saudável em Qualquer Idade (Sextante) é seu quarto e mais novo livro.

    Nele, o médico compara o cérebro humano a um prédio histórico que, para se conservar de pé, precisa de “manutenção de rotina” e “reformas ocasionais”, como praticar atividades cognitivamente estimulantes e manter-se socialmente engajado. “Mudanças pequenas trazem um resultado imenso”, garante Gupta.

    Além do passeio pelos neurônios e suas sinapses, o médico discorre sobre experiências que marcaram sua vida, caso de uma viagem pela Amazônia, o aprendizado da meditação analítica com o próprio dalai-lama e um encontro com o astrofísico inglês Stephen Hawking, que o aconselhou a nunca desistir de trabalhar, pois isso dá sentido à vida.

    “Manter-se engajado no trabalho, principalmente quando ele é gratificante, tende a deixar as pessoas fisicamente ativas, socialmente conectadas e mentalmente desafiadas”, escreve o neurocirurgião.

    capa do livro
    (Capa: Sextante/Divulgação)
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    Mente Afiada
    Autor: Sanjay Gupta
    Editora: Sextante
    Páginas: 320

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    Desafie seu corpo
    Não é só ele que precisa de movimento. O cérebro também. Se você já está acostumado a praticar exercícios, tente algo diferente. Se gosta de nadar, pedale. Se o lance é correr, faça trilha. E nunca é tarde para começar.

    Fuja do sedentarismo
    Se faltam horas no seu dia para fazer atividade física, algo está errado. Repense as prioridades. Não se trata de aparência ou vaidade, mas de bem-estar. “Ratos de sofá” tendem a ficar com o cérebro mais atrofiado.

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    Misture estímulos (quando possível)
    Ande enquanto fala ao telefone, troque o elevador pela escada e estacione longe do trabalho. Uma ideia é sair com um amigo que você não vê há tempos para uma caminhada. Outra é fazer ioga enquanto assiste a uma série.

    Tenha um propósito
    Uma frase atribuída ao escritor americano Mark Twain diz que os dois dias mais importantes da vida são aquele em que você nasce e o que descobre o porquê. Se gosta do que faz, evite a aposentadoria.

    Pratique a resiliência
    Aprenda a enfrentar os desafios. Buscar rotas alternativas para chegar ao seu destino, mais do que simplesmente desistir da viagem. Improvise em vez de lamentar-se. Um cérebro resiliente tem mais energia.

    Mantenha-se conectado (de verdade)
    Resolver palavras cruzadas e montar quebra-cabeças é bom, mas fazer novas amizades e conservar as antigas pode ser ainda melhor para a cognição. Procure sair mais de casa e ser um indivíduo socialmente ativo.

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    Ame aprender
    Falar um idioma novo, tocar um instrumento, começar a pintar… Bote seu cérebro para fazer coisas com as quais ele não está acostumado. Se você é destro, escove os dentes com a mão esquerda (e vice-versa).

    Esqueça o multitarefa
    Em vez de fazer várias coisas ao mesmo tempo, concentre-se em uma de cada vez. Algumas atividades, como conversar e caminhar, podem ser feitas simultaneamente. Outras, como dirigir e falar ao celular, nem pensar.

    Respeite o sono
    Se você se orgulha de dormir pouco, convém repensar. Dormir bem é como apertar o botão de reset do cérebro. E um cérebro renovado é um cérebro saudável. O ideal é repousar pelo menos sete horas por noite.

    Procure relaxar
    Você não descansa apenas enquanto dorme. Descansa também quando está acordado. Gupta aposta na meditação analítica, mas há outras fórmulas que podem funcionar, como ioga, tai chi e exercícios de respiração.

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