Marcada por incertezas e mudanças, a adolescência costuma ser um período bastante turbulento da vida. Foi justamente esse o motivo que levou a enfermeira Elin Björling, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, a avaliar o poder terapêutico da arte num grupo de oito meninas.
“Durante três semanas, elas participavam de sessões e recebiam tarefas com tintas, aquarelas e giz de cera, em que precisavam prestar atenção em seus sentimentos”, relata a cientista. Ao longo do experimento, houve uma queda geral nos níveis de nervosismo e nos episódios de dor de cabeça.
A própria autora admite que a pesquisa é pequena e precisa ser replicada com mais voluntários, mas aponta caminhos interessantes sobre o uso da ferramenta nos consultórios.
Uma pioneira na psiquiatria
A arteterapia começou a se popularizar no início do século 20 graças ao esforço de uma brasileira: a médica Nise da Silveira (1905-1999) estimulava pacientes com doenças psiquiátricas internados num hospital do Rio de Janeiro a pintarem quadros. As obras foram exibidas em várias partes do mundo e viraram símbolo do movimento de humanização de sanatórios e manicômios.
Outras aplicações
A diferença da arteterapia para um hobby artístico está no apoio de um profissional que acompanha o processo
Aprendizado: desenhos e pinturas são um modo de sedimentar conceitos e teorias ensinados na sala de aula.
Autoconhecimento: a arte é um meio valioso para extravasar os sentimentos e notar aflições e incômodos até então ignorados.
Reabilitação: trabalhar com atividades manuais e artesanato auxilia na recuperação de um acidente vascular cerebral.