Vacina da covid dentro da vacina da gripe? Entenda fake news que circula nas redes
Não existe qualquer perspectiva de combinar os dois tipos de imunizantes, ao contrário de afirmações feitas por pastor em vídeo gravado no final de março

O início da campanha de vacinação contra a gripe, que ocorre nesta segunda-feira (7), também veio acompanhado de notícias falsas.
Circula nas redes um vídeo de um pastor evangélico sugerindo que o imunizante contra a gripe viria misturado com a vacina contra a covid-19.
A informação não é verdadeira. Explicamos:
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O que diz a fake news
O vídeo começou a circular em 23 de março, após a publicação da gravação de um culto em Curitiba. Nas imagens, o pastor insinua que as vacinas seriam misturadas numa tentativa de “empurrar na marra” o imunizante contra o coronavírus para a população que não quis se vacinar.
O religioso também comenta sobre um possível risco de trombose associado à vacina.
Qual é a verdade
Não há qualquer perspectiva de combinar as vacinas da gripe às da covid-19. Além de serem feitas com tecnologias diferentes, as duas vacinas também são produzidas por fabricantes distintos.
A composição de ambas é uma informação pública, que pode ser consultada diretamente no site do Instituto Butantan, no caso da vacina da gripe, e nos sites das fabricantes das vacinas de Covid (Pfizer e Moderna).
O Ministério da Saúde divulgou uma nota desmentindo as declarações do pastor, enfatizando que “o conteúdo enganoso, além de não apresentar qualquer comprovação científica, dados ou declaração oficial dos órgãos responsáveis, usa da crença das pessoas para desinformar e desestimular a vacinação“.
Quanto à trombose, diversos estudos realizados nos anos desde o desenvolvimento da vacina demonstraram que, embora esse efeito colateral possa ocorrer em casos raros, a possibilidade de desenvolver essa complicação chega a ser 10 vezes maior para quem adoece com a covid-19. Ou seja, até mesmo nesse cenário a vacina atua como uma redução significativa dos riscos.
Vacina contra a gripe em 2025
A campanha nacional de imunização contra a gripe foi lançada em quase todo o país em 7 de abril.
Podem se vacinar os grupos prioritários nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul – somente o Norte seguirá um calendário distinto, como é tradicional, com a campanha começando em setembro (devido ao inverno amazônico, o pico de circulação do vírus se dá em uma época diferente do resto do país).
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Os grupos prioritários incluem crianças de 6 meses a 5 anos e 11 meses, idosos e gestantes. O objetivo é atingir 90% das pessoas nessas categorias.
Também podem receber a vacina nesta fase:
- trabalhadores da saúde;
- puérperas;
- professores dos ensinos básico e superior;
- povos indígenas;
- pessoas em situação de rua;
- profissionais das forças de segurança e de salvamento;
- profissionais das Forças Armadas;
- pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
- pessoas com deficiência permanente;
- caminhoneiros;
- trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);
- trabalhadores portuários;
- funcionários do sistema de privação de liberdade;
- e população privada de liberdade, incluindo adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (com idade entre 12 e 21 anos).
Pessoas que não se enquadram nesses grupos também podem ter a chance de receber a vacina, conforme os critérios de cada estado e a disponibilidade de doses.