Uma vacina contra o HIV chega ao teste final
Laboratório anuncia que estudos definitivos do imunizante que barra o vírus da aids começarão em breve
A farmacêutica Janssen uniu forças com os Institutos de Saúde dos Estados Unidos, o Exército Americano e o Fred Hutchinson Cancer Center, também nos EUA, para pesquisar e desenvolver uma vacina capaz de proteger o organismo do vírus causador da aids. Após décadas de trabalho, o imunizante está pronto para a prova de fogo: ele será aplicado em 3 800 voluntários espalhados por oito países (incluindo o Brasil).
Nos trabalhos anteriores, a novidade se mostrou segura e capaz de provocar uma reação positiva no sistema imune. “Vivemos um momento único na história e o mundo aguarda ansioso pelos resultados”, diz a infectologista Beatriz Grinsztejn, da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, uma das instituições que participarão dos testes em nosso país.
Mas será preciso um pouco de paciência: as conclusões do experimento devem sair em quatro anos.
Os detalhes da promessa de vacina contra o HIV
Número de doses: são quatro. Após uma primeira aplicação, as seguintes são feitas depois de três, seis e 12 meses.
Público-alvo: o estudo será feito com homens que fazem sexo com outros homens e transgêneros.
Achados anteriores: em pesquisas prévias, a vacina não trouxe eventos adversos graves e estimulou a produção de anticorpos.
Próximos passos: espera-se que os números definitivos venham a público em 2023. Se der tudo certo, o imunizante será aprovado.
Mais uma inovação: o implante para bloquear a aids
Essa é a proposta da MSD, companhia que já produz há anos uma tecnologia parecida para prevenir a gravidez indesejada.
O dispositivo tem o tamanho de um palito de fósforo e é instalado na parte traseira do braço num procedimento cirúrgico bem simples. Ele vem carregado de um remédio anti-HIV de altíssima potência, que é liberado para o corpo ao longo de um ano.
“Estamos na fase de protótipo e precisamos definir a dose exata da medicação antes de avançarmos em outros pontos”, conta o cientista sênior de farmacologia Randy Matthews, da MSD. A ideia é que testes mais robustos com o novo implante sejam publicados a partir de 2025.