Terapia-Alvo: munição certeira contra o câncer
Procedimento mira características moleculares do tumor e ajuda a impedir que ele cresça e se espalhe
Na oncologia, já vivemos a era do mapeamento genético. Uma de suas aplicações mais bem-sucedidas e promissoras é a terapia-alvo. Nela, os medicamentos atuam diretamente nas células do tumor, freando crescimento e disseminação. “Como é seletiva, a terapia-alvo poupa células saudáveis e traz menos efeitos colaterais”, diz o oncologista clínico Vladmir Lima, do A.C.Camargo Cancer Center.
O entendimento das características moleculares do tumor é a chave para a criação desses remédios – que podem ser medicamentos orais ou injetáveis – que agem preferencialmente na célula cancerosa. “Por meio de testes, identificamos mutações nos genes que levam a falhas nos mecanismos de controle de proliferação e diferenciação das células e desencadeiam tumores”, explica a pesquisadora Dirce Carraro, também do A.C.Camargo Cancer Center.
É a partir do conhecimento desses mecanismos celulares que se desenham drogas capazes de bloquear as vias alteradas, assim como a cascata de danos provocados por tais erros.
A técnica já contabiliza sucessos no tratamento de câncer de pulmão, colorretal, de mama, melanoma, entre outros. A indicação varia de acordo com as informações genéticas de cada tumor. Trata-se de medicina personalizada e que resulta da soma dos avanços da genômica e farmacologia.