Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Relâmpago: Revista em casa a partir de 10,99

Superbactérias: o que você pode fazer para combater o problema de saúde global?

Essa encrenca está batendo na porta há anos e já mostra seus danos, mas nem hospitais, médicos ou indivíduos estão fazendo a lição de casa

Por Lucas Rocha Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
21 ago 2025, 09h50
saude-hospital-doenca-infeccao-paciente
A resistência antimicrobiana pode prolongar o tempo de internação (Foto: rawpixel.com/Freepik/Divulgação)
Continua após publicidade

Quando falamos em gripe, é comum lembrar daquele cansaço, vontade de ficar deitado, nariz entupido, tosse, dores de cabeça e garganta. A dengue dá um susto chegando a provocar dores intensas, prostração, febre alta, náuseas e vômitos e muito mais.

Agora, pense em bactérias ou fungos resistentes, que muitas vezes são micro-organismos invisíveis aos olhos humanos, identificados no contexto hospitalar e laboratorial…

Para o paciente e os familiares, a mensagem que fica é de que aconteceu um erro do serviço de saúde que levou a uma infecção hospitalar, uma doença mais duradoura ou difícil de curar. Só que não é bem assim.

A resistência antimicrobiana é considerada um grave problema de saúde pública global, que poderá levar a um exponencial número de mortes até 2050. Leia reportagem especial aqui.

O que eu tenho a ver com esse problema?

Em resumo, ao utilizar determinado medicamento antimicrobiano, bactérias e fungos sensíveis são eliminados e uma outra parte desenvolve mecanismos de resistência.

Ou seja, isso significa que a medicação não vai funcionar para aquele grupo que vai “ganhando força”. É um processo natural. No entanto, o uso excessivo de antibióticos, de maneira indiscriminada, potencializa o fenômeno.

Continua após a publicidade

Dessa forma, temos o primeiro aspecto dessa encrenca: problemas comuns e tratáveis atualmente vão se tornar cada vez mais difíceis de lidar e curar. E não é nada muito distante de pessoas comuns, não. Podemos citar, por exemplo, infecções urinárias ou sexualmente transmissíveis, pneumonias e ferimentos cirúrgicos.

Além de grave, trata-se de um problema de todos, incluindo indivíduos de todas as idades e de cada parte do mundo (incluindo países ricos e pobres). E mais: envolve ainda a saúde animal e a produção de alimentos.

+ Leia também: Como descartar remédios para não contaminar o meio ambiente

Uso indiscriminado de antibióticos

Ao longo dos tempos, propagou-se a lenda de que antibióticos são medicamentos potentes que resolvem qualquer problema. Mas trata-se um equívoco. Esse tipo de remédio é dividido em diferentes classes e serve apenas para o combate de infecções bacterianas. Vamos imaginar um cenário…

Um paciente que chega ao posto de saúde com um quadro gripal, na imensa maioria das vezes causado por um vírus respiratório, não deve sair de lá com uma prescrição de antibiótico. Só que nem todo mundo entende isso, e o uso indiscriminado ou irregular desses medicamentos é um dos principais fatores que leva à resistência.

Continua após a publicidade

Entre as causas para ele, estão a prescrição desnecessária por profissionais médicos. A pressão dos pacientes por uma receita. E mais: a venda irregular por farmácias que driblam a regulação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária que pede a retenção do documento.

Se é um problema de todos, como podemos ajudar?

  • Não peça prescrições de antibióticos
  • Faça o tratamento seguindo exatamente os dias e horários determinados pelo médico
  • Não compre antibióticos ilegalmente
  • Não tome restos de antibióticos
  • Não aceite antibióticos de familiares e amigos (o que funcionou para eles pode ser ruim ou não ter efeito pra você)

+ Leia também: Com mundo mais quente, aumenta o impacto das mudanças climáticas na saúde

sociedade-infectologia-sbi-resistencia-antimicrobiana-ana-gales
A médica infectologista Ana Gales coordena o Comitê de Resistência Antimicrobiana da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) (Foto: SBI/Divulgação)
Continua após a publicidade

Falhas dos hospitais

Os hospitais também contam com um papel fundamental no enfrentamento da resistência antimicrobiana. Uma nova pesquisa, realizada pelo Instituto Qualisa de Gestão (IQG), divulgada nesta quarta-feira, 20, traz dados preocupantes sobre o tema.

O estudo aponta que um quinto dos hospitais públicos e privados do Brasil não ajustam corretamente a dosagem de antibióticos, etapa fundamental para se evitar o uso excessivo ou ineficaz.

Os dados foram divulgados no lançamento da campanha “Será que precisa? Evitando a resistência antimicrobiana por antibióticos e antifúngicos”, realizada pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

“Todos os indicadores reforçam a urgência de políticas públicas robustas, precisamos urgentemente combater o uso indiscriminado de antibióticos”, afirma Mara Machado, CEO do IQG.

Continua após a publicidade

+ Leia também: Confira erros e acertos ao tomar remédios

A pesquisa realizada em 104 unidades hospitalares do país revelou ainda que 87,7% delas ainda fazem uso empírico de antibióticos. O que quer dizer  que trabalham por tentativa e erro.

Para a infectologista Ana Gales, coordenadora do Comitê de Resistência Antimicrobiana da SBI, fazer uso empírico e sem evidências pode levar a outros graves problemas de saúde pública. A resistência aos antibióticos é um fator agravante em muitos casos de morte, por exemplo, em UTIs.

“As infecções causadas por bactérias resistentes são de mais difícil tratamento, prolongam o curso da doença, acabam custando mais caro, aumentando o tempo de internação. Além disso, hoje já temos infecções, tanto na comunidade quanto no hospital, para as quais não temos opções de tratamento”, detalha Gales.

Compartilhe essa matéria via:
Continua após a publicidade

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 16,90/mês
Apenas 9,90/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 26,90/mês
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.

abrir rewarded popup