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Sífilis congênita ainda é um desafio no Brasil

Estudo revela dificuldades na manutenção do tratamento dessa infecção entre gestantes e estima aumento na incidência da doença

Por Chloé Pinheiro
31 jan 2023, 10h10
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  • A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível que, se adquirida durante a gravidez, pode ser passada ao feto. E a sífilis congênita, um quadro delicado, pode ter as mais variadas consequências, algumas delas fatais.

    Pois um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta um aumento no número de diagnósticos nas mães e em seus filhos no país. Para ter ideia, a taxa da infecção subiu de 1,8 para 19,7 a cada mil bebês nascidos vivos entre 2010 e 2018.

    Pior: mais de 95% das gestantes com sífilis não completam o tratamento necessário. “A medicação precisa ser repetida e é dolorosa. Além disso, muitas mulheres não apresentam sintomas sérios e falta esclarecimento sobre os riscos do quadro aos recém-nascidos”, comenta a pediatra Brunna Milanesi, do Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, no Rio de Janeiro, gerenciado pelo Centro de Estudos João Amorim (Cejam).

    Novo teste rápido para monitorar a doença

    Um exame que facilita o acompanhamento da gestante durante o tratamento da sífilis está sendo desenvolvido pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul.

    + Leia também: Como a sífilis voltou a crescer no Brasil e no mundo?

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    “A ideia é empregar a mesma tecnologia dos testes de glicose, usando uma gotinha de sangue da ponta do dedo para dosar anticorpos”, explica a enfermeira Priscila Loras, criadora do método, que será avaliado em 2023.

    A sífilis na pré-história

    sífilis na pré-história
    (Editoria de arte VEJA Saúde/SAÚDE é Vital)

    Pesquisadores de diferentes departamentos da USP publicaram um artigo descrevendo o que pode ser o mais antigo registro de sífilis congênita na América do Sul.

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    O achado veio do esqueleto de uma criança de aproximadamente 4 anos de idade, encontrado na região de Lapa do Santo, sítio arqueológico que fica no centro de Minas Gerais. Sepultado há 9 400 anos, o pequeno tinha lesões com as características da doença no crânio, no fêmur e em um osso do braço.

    O que chamou a atenção dos cientistas a princípio foi a quantidade de cáries nos dentes. Com mais investigações, foram detectadas as marcas da sífilis no esqueleto. Uma descoberta histórica sobre uma doença cujas origens ainda são debatidas entre os acadêmicos.

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