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Semaglutida: o que é, para que serve e quais os efeitos colaterais

Conheça a molécula que inaugurou a era de medicações mais potentes e duradouras contra diabetes tipo 2 e obesidade

Por Ingrid Luisa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 14 ago 2025, 10h47 - Publicado em 13 ago 2025, 10h53
semaglutida
A semaglutida é aplicada por meio de canetas injetáveis (Tatsiana Volkava/Getty Images)
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As novas medicações antiobesidade, que imitam o hormônio intestinal GLP-1 e outros, têm mudado a história do tratamento dessa doença crônica.

O primeira da nova geração, que inaugurou a era de formulações mais potentes e duradouras, foi a molécula semaglutida, lançada em 2017 pela farmacêutica Novo Nordisk.

A seguir, conheça esse remédio e como ele atua no organismo.

+Leia Também: Vai faltar semaglutida injetável nas farmácias. O que fazer?

O que é a semaglutida?

Nosso corpo fabrica naturalmente um hormônio intestinal chamado GLP-1. Ele é produzido pelo intestino em resposta à ingestão de comida e estimula o pâncreas a secretar insulina para que a glicose seja captada do sangue e vire energia nas células.

A semaglutida é uma molécula que imita esse hormônio, chamada oficialmente de um agonista dos receptores de GLP-1. “Hoje é um dos medicamentos mais potentes para controlar o diabetes tipo 2”, conta o endocrinologista André Vianna, diretor da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

E a perda de peso vem como complemento: o hormônio (e, por extensão, a molécula sintética) também retarda o esvaziamento do estômago e atua no sistema nervoso controlando a sensação de saciedade.

Só que a semaglutida dá um passo além. “Ela é 94% análoga ao hormônio natural, e esses 6% de diferença trazem uma vantagem: fazem com que ela dure mais tempo no organismo”, explica Vianna. “Enquanto o GLP-1 fica cerca de um minuto e meio no sangue, a semaglutida é quebrada gradualmente e sua ação dura sete dias”, continua o endocrinologista.

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Por isso ela requer apenas aplicações semanais.

Oficialmente, a semaglutida chegou ao Brasil em 2019, através do medicamento Ozempic (1mg), indicado especificamente para o diabetes tipo 2. O Rybelsus, versão oral também com indicação para diabetes tipo 2, chegou em 2022 por aqui. Já o Wegovy (2,4mg), indicado para obesidade, chegou no país em 2024.

+Leia Também: Qual a diferença entre Wegovy, Ozempic e Rybelsus?

Como se usa a semaglutida?

Ele é administrado via canetas injetáveis intradérmicas semanais, que o próprio paciente aplica.

+Leia Também: Milagre ou receita de risco? Discutindo a manipulação de semaglutida e tirzepatida 

Qual a potência da semaglutida?

Em média, num tratamento conjunto a mudanças de estilo de vida (alimentação equilibrada e atividade física), pode haver uma redução de 10 (quando é usado 1mg) a 15% (2,4mg) do peso.

Com a dose para obesidade, os estudos mais modernos apontam que 32% dos pacientes chegam a perder 20% do peso.

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+Leia Também: Canetas emagrecedoras já são mais buscadas que dieta no Brasil

Benefícios adicionais do uso correto da medicação

Os grandes estudos com a semaglutida indicam que as vantagens de usar a molécula vão muito além do peso. E um novo olhar para a obesidade também é um olhar mais detalhado sobre onde está a gordura no corpo.

“O melhor tratamento é aquele que diminui a quantidade, a distribuição, a infiltração e a inflamação da gordura”, explica o endocrinologista Bruno Geloneze, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

E é aí que se enquadram os análogos de receptores de GLP-1, como a semaglutida. “Os estudos indicam que eles melhoram essa redistribuição, fazendo as pessoas perderem gordura visceral, a mais prejudicial, inclusive a que envolve o coração”, destaca o pesquisador.

É por isso que já existem trabalhos que ligam o uso da semaglutida à redução de risco cardiovascular (incluindo infarto e derrame), gordura no fígado, osteoartrite de joelho, dentre outras comorbidades.

+Leia Também: Semaglutida e coração: mais um estudo confirma benefícios do remédio

Efeitos colaterais e contraindicações da semaglutida

O efeito colateral mais presente são as questões gastrointestinais.

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“De 20 a 30% das pessoas podem ter náuseas; alterações no ritmo intestinal, gerando diarreia ou constipação; dentre outros, como 10% tendo dor de cabeça”, afirma o médico endocrinologista Alexandre Hohl, membro da SBEM.

Além disso, vômitos, dores estomacais fortes, desconforto no abdômen (azia e queimação), sonolência, fraqueza indisposição também podem aparecer, principalmente nos ajustes de dose.

Tudo isso é considerado normal e até esperado dentro dos 3 a 4 primeiros meses de uso, mas é crucial um bom acompanhamento médico, para que tais revezes sejam manejados sem atrapalhar a progressão do tratamento.

Lembrando que pessoas com refluxo ou que bebem álcool regularmente precisam conversar bem com o médico antes de optar por essa categoria de medicamentos.

Além disso, a medicação é contraindicada em bula para pessoas que já tiveram inflamação no pâncreas, ou pancreatite. “O uso dessas medicações talvez aumente o risco de uma nova pancreatite. É precaução não usar”, aponta Hohl.

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Faz sentido: como os agonistas de GLP-1 fazem o pâncreas secretar mais insulina, essa hiper-estimulação pode ser negativa para quem já não tem esse órgão 100%.

Recentemente, após revisar todo os dados sobre a relação entre a Neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NOIANA) e a semaglutida, a Agência Regulatória Europeia (EMA, na sigla em inglês) concluiu que a NOIANA é um efeito colateral muito raro do uso da substância, o que significa que pode afetar até 1 em cada 10.000 pessoas que tomam semaglutida.

NOIANA é uma doença rara que gera inflamação no disco óptico e pode causar perda súbita e indolor da visão, principalmente em adultos de meia-idade. 
A Novo Nordisk afirmou em nota a imprensa que a semaglutida foi estudada em programas clínicos com mais de 52.000 pacientes expostos à substância, e, com base no conjunto total de evidências, ela concluiu que os dados não sugerem uma possibilidade razoável de relação causal entre a semaglutida e a doença ocular.
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Mesmo assim, a farmacêutica vai colaborar com o EMA, acrescentando esse possível efeito colateral muito raro nas bulas das medicações com semaglutida vendidas na União Europeia. A empresa reitera trabalhar em colaboração com autoridades e órgãos regulatórios em todo o mundo para monitorar continuamente o perfil de segurança de seus produtos.
+Leia Também: Semaglutida: o que se sabe sobre possível risco ocular raro

Preço de medicações com semaglutida

WeGovy (2,4mg): o mais caro, de 825 a 1800 reais

Ozempic (1mg): entre 825 e 1000 reais

Rybelsus (versão oral): o mais barato, entre 550 e 1200 reais

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