Ludmilla e Brunna Gonçalves anunciaram, durante um show da turnê “Numanice 3” no último final de semana, que estão esperando um bebê juntas.
A notícia alegrou os fãs e chamou atenção para o método escolhido, o Ropa, que vem se tornando uma opção para casais homoafetivos femininos viverem a experiência compartilhada de uma gestação.
Como funciona o Ropa
O nome é uma sigla para “recepção de oócito da parceira”, e o processo é bem autodescritivo: uma das mulheres cede o óvulo para ser fecundado e, posteriormente, o embrião é implantado na parceira. Nesse caso, Brunna será a gestante, e Ludmilla foi quem forneceu os óvulos.
Entre um passo e outro, os óvulos passam por um procedimento de fertilização in vitro (FIV), utilizando o esperma de um doador.
A ideia do Ropa é garantir que as duas parceiras tenham um papel biológico na gestação. A escolha sobre qual das mulheres será doadora e qual será a gestante pode ser feita como uma opção do casal ou seguindo orientação médica, se houver contraindicação para alguma das duas engravidar.
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Ropa tem diferença para a FIV habitual?
Não! O Ropa, na verdade, nada mais é do que outra variação da FIV. Na prática, a única diferença do Ropa para outros tipos de FIV é que uma mulher cede óvulos para outra gestar, enquanto tradicionalmente são utilizados os gametas da própria pessoa que depois carregará o bebê.
Mas, em termos técnicos, os passos anteriores são os mesmos: a mulher que terá os gametas fecundados passa por um tratamento de estimulação ovariana para aumentar o número de óvulos liberados naquele ciclo.
Posteriormente, eles são coletados e fertilizados em laboratório, utilizando o espermatozoide de um homem (que pode ser o parceiro, se for um casal heterossexual, ou um doador, como no caso de Ludmilla e Brunna ou quando se trata de uma mãe solo, por exemplo).
A FIV pode ser feita tanto colocando os óvulos em presença de vários espermatozoides ou pela chamada injeção intracitoplasmática (ICSI), em que um espermatozoide é colocado diretamente no óvulo.
E a inseminação artificial?
Por fim, vale lembrar que a FIV é diferente da inseminação intrauterina, ou IIU (também conhecida como inseminação artificial). Enquanto na fertilização in vitro a fecundação do óvulo é feita em laboratório, na IIU os espermatozoides são inseridos no colo do útero, tentando emular o processo natural.
Antes da inseminação, também é feito um tratamento para induzir a ovulação e aumentar as chances de engravidar.
A IIU é um procedimento mais barato, o que a torna uma opção preferencial para muitos casais em busca da reprodução assistida. Por outro lado, as taxas de sucesso da FIV são mais elevadas – mas em nenhum caso a gestação é garantida.