Radar da saúde: o boom das canetas para tratar a obesidade no país
Chegada de versões nacionais de uso diário amplia opções no mercado brasileiro. Veja este e outros destaques da redação

Nenhuma categoria de remédios movimentou tanto o mercado farmacêutico e o noticiário quanto os análogos de GLP-1. Ozempic, Wegovy e Mounjaro são hoje os principais representantes do time.
Esses produtos, em geral injetáveis, simulam um hormônio naturalmente produzido pelo organismo e, dessa forma, ajudam a perder peso e a controlar outros fatores prejudiciais à saúde.
A classe estreou no Brasil em 2011 com as canetas de uso diário à base de liraglutida da Novo Nordisk, mas decolou pra valer recentemente com a versão semanal, a semaglutida.
Depois do Wegovy, seu nome comercial voltado ao tratamento da obesidade, os brasileiros celebraram a chegada do Mounjaro, a potente medicação da Eli Lilly à base de tirzepatida lançada em julho.
Agora, a brasileira EMS anunciou as primeiras canetas 100% nacionais para a obesidade, de aplicação diária e efeitos mais modestos, mas que pretendem ampliar o acesso a esse tratamento.
É a expansão de um recurso que se tornou um divisor de águas diante de um problema de saúde pública.

Passado: 60 anos do desfibrilador portátil
Em 1965, as ruas de Belfast, a capital da Irlanda do Norte, entraram para a história por receberem a primeira ambulância dotada de um equipamento capaz de reanimar pessoas que acabaram de sofrer um ataque cardíaco.
O médico Frank Pantridge foi o inventor do desfibrilador portátil, um aparelho que, desde então, salvou um número incalculável de vidas pelo mundo.

Futuro: vacina em um fio dental
Esse meio surpreendente de inocular um imunizante no nosso corpo tem sido estudado pela Universidade do Estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
A ideia é utilizar uma tecnologia que lembra fitas dentais para despejar a fórmula da vacina no tecido entre os dentes e a gengiva. A partir dali começariam as reações que ativam as defesas do organismo contra infecções como a gripe.

Um lugar: fábrica de mosquitos modificados em São Paulo
A cidade de Presidente Prudente, no interior paulista, é a primeira do estado a sediar uma central de produção de Aedes aegypti modificados para hospedar a bactéria Wolbachia, que contém a propagação de vírus como os da dengue.
A ideia é soltar esses mosquitos no ambiente para tolher a disseminação da doença — ideia já testada e bem-sucedida em algumas praças.

Um dado: 5 anos livres do mieloma múltiplo
O tratamento com células CAR-T — terapia que recorre a glóbulos brancos do próprio paciente, transformados em laboratório — obteve a remissão do mieloma múltiplo, um tipo de câncer sanguíneo, por ao menos meia década em um terço dos pacientes submetidos a uma única infusão.
O estudo com a abordagem desenvolvida pela Johnson & Johnson foi aplaudido em um congresso internacional.

Uma frase: Eduardo Gianetti
“As ações, mais que as palavras, falam por si: tudo mais constante, ou seja, em condições razoáveis de saúde física e mental, quem de nós (…) não preferiria, tendo escolha, viver mais um dia? A aversão da morte não pressupõe crença ou juízo algum acerca do que virá — ou não — depois: com raras exceções, o apego à vida não parece ser menor naqueles que desfrutam de uma fé genuína em alguma forma de vida futura e bem-aventurança. Preferência revelada dos viventes (…) não dá margem à dúvida: a vida é uma bênção independente de qualquer estado futuro.”
Eduardo Gianetti, economista e filósofo, no livro Imortalidades (Companhia das Letras)