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Radar da saúde: da queda nos transplantes ao desrespeito ao idoso

Pandemia de Covid-19 derrubou número de transplantes de órgãos e medula óssea. Este e outros fatos que marcaram o universo da saúde

Por Diogo Sponchiato
Atualizado em 21 nov 2020, 10h22 - Publicado em 21 nov 2020, 10h21
transplante pandemia
Associação nacional observa queda no número de transplantes de órgãos e medula óssea com a Covid-19 (Ilustração: Clara Candelot/SAÚDE é Vital)
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Um dos efeitos colaterais mais dramáticos da pandemia é a queda nos transplantes pelo país. De acordo com o Ministério da Saúde, entre janeiro e julho de 2020, houve uma baixa de 37% na comparação com o mesmo período do ano passado.

A Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos ainda observou uma redução de 61% nos procedimentos entre abril e junho deste ano, acompanhada pelo aumento de óbitos entre pessoas na fila de espera. A entidade também aponta queda de quase 20% nos transplantes de medula óssea.

Os dados fizeram o próprio ministério lançar uma campanha estimulando a doação de órgãos. O volume de doações cresceu aos poucos nos últimos anos por aqui, atingindo o índice de 18,4 pmp (por milhão de população) no primeiro trimestre de 2020, antes da Covid-19 — países europeus como a Espanha superam 45 pmp. Precisamos reverter o prejuízo!

Passado: a primeira prótese de quadril

Há 80 anos, em um hospital da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, cirurgiões realizaram um procedimento inédito para instalar uma prótese feita de uma liga metálica no quadril de um paciente. Em 1891, especialistas já haviam utilizado marfim para substituir uma cabeça de fêmur danificada. O uso de metais específicos inaugurou uma nova era nesse campo da medicina.

Futuro: vacina da gripe mais completa

O governo brasileiro adota todo ano um imunizante que previne as três principais cepas do vírus influenza. Mas uma fórmula mais abrangente, a quadrivalente, pode oferecer um senhor bônus de proteção. Um estudo global com crianças indica que a aplicação dessa vacina chegaria a prevenir mais de 11 mil hospitalizações. O achado poderá nortear mudanças na imunização contra a gripe.

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Um lugar: morte por ciberataque na Alemanha

O Hospital Universitário de Düsseldorf pode ter sofrido o primeiro óbito no mundo causado diretamente por uma ação de hackers. Criminosos invadiram o sistema informatizado do estabelecimento e o desabilitaram, causando uma interferência que levou à morte uma paciente. Ciberataques estão virando uma realidade em vários setores visando à extorsão de dinheiro. Em hospitais, podem ceifar vidas.

Um dado: 168 milhões de sacas de café

Deve bater esse número o consumo mundial de café no biênio de 2019/20, um aumento de 0,3% em relação ao período de 2018/19. Acredita-se que as quarentenas impostas pela pandemia também elevaram a demanda pelo grão no Brasil e em outras nações. O crescimento no consumo do café já faz com que ele seja a bebida não alcoólica mais apreciada em uma série de países, Brasil entre eles.

Uma frase

“Como nossa cultura, nosso país, tem tratado os idosos? Nas noites sombrias que atravessamos com a pandemia, mas não só, neste momento em que se chega ao escancaramento da prevalência da economia sobre a vida, os idosos perdem importantes lutas que vinham conquistando. Como efeito do discurso capitalista em sua versão mais cruel, o idoso encontra-se no lugar daquilo que não tem mais serventia e pode ser descartado, sem história, sem saber (…) Quanto mais uma cultura é agarrada às demonstrações fálicas, mais a velhice é descartável, por escancarar a castração, o limite, a finitude.”

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Isloany Machado, psicanalista, em artigo no livro Psicanálise e Pandemia (Aller Editora)

 

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