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Quando fazer teste para sair do isolamento por Covid-19? E qual o melhor?

RT-PCR, teste de antígeno ou apenas contagem de dias a partir dos sintomas: esclarecemos como sair da quarentena de forma segura

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 26 Maio 2022, 11h39 - Publicado em 11 fev 2022, 18h44

Com a recente alta de casos de Covid-19, provocada pela chegada da variante Ômicron, muita gente precisou se isolar em casa para não passar o vírus adiante. E algumas dúvidas surgiram nesse momento: afinal, é mandatório realizar um teste antes de sair da quarentena? E qual seria a melhor opção de exame nesse caso?

Em linhas gerais, após 10 dias do início dos sintomas, se a pessoa estiver livre de febre ou sintomas respiratórios nas 24 horas anteriores (sem o uso de antitérmicos), ela pode sair da quarentena sem teste.

Esse é o protocolo padrão, e é bem seguro, já que diversas pesquisas mostram que dificilmente o vírus dura mais do que isso no organismo (a não ser em casos graves).

Mas, de acordo com uma atualização nas regras de isolamento, até é possível sair de casa antes desse período. E é aí que surge uma maior necessidade de testagem.

+ Leia também: Tire 7 dúvidas sobre isolamento e testagem por Covid-19

Segundo essas novas diretrizes do Ministério da Saúde, se o indivíduo estiver isolado por sete dias e não houver sintomas nas 24 horas anteriores (de novo: sem o uso de antitérmicos), ele pode abandonar a quarentena sem realizar um teste. Mas, atenção, aqui existe risco: saindo com sete dias, cerca de 15 a 20% das pessoas ainda podem transmitir o vírus.

Se houver a necessidade de deixar o isolamento antes dos sete dias, aí a testagem é obrigatória. E o ideal é que se dê prioridade ao teste de antígeno, feito na farmácia mesmo, e não ao RT-PCR.

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Ora, mas se o PCR é o teste mais sensível, por que ele é o menos indicado nesse caso?

Exatamente por isso: “No final da infecção, o PCR é capaz de detectar restos de vírus, ou o vírus morto, que não tem capacidade de transmissão. Logo, ele pode dar positivo por muito tempo”, esclarece o virologista José Eduardo Levi, pesquisador do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo e coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento da Dasa.

“Como o teste de antígeno é menos sensível, ele tem mais correlação com propagação. Ou seja, se der negativo, é muito difícil a pessoa continuar transmitindo o vírus”, acrescenta o pesquisador.

“Vários estudos com números consideráveis de amostras indicaram que, mesmo que uma pessoa esteja com o PCR positivo, ela tem uma taxa de transmissão bem baixa quando o antígeno dá negativo”, relata.

Mas Levi pondera que há uma diferença entre medidas coletivas e individuais: “Se quero visitar meu avô idoso, e tive Covid há sete dias, não vou encontrá-lo sem um PCR negativo. Não dá para se contentar com um teste de antígeno quando se trata de ficar perto de uma pessoa de alto risco. Agora, pensando na população em geral, o antígeno é uma opção viável”.

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As diferenças entre os testes

Tanto o PCR como o de antígeno identificam pedaços do vírus. Acontece que, enquanto o PCR mira no material genético (o RNA viral), o teste de antígeno foca em uma proteína específica do coronavírus.

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Mas o pulo do gato está na metodologia de análise.

O PCR, que é um teste mais complexo e demorado, é feito em laboratório, numa máquina que usa a técnica de amplificação. Assim, mesmo que a quantidade de vírus seja irrisória, aquilo é aumentado milhões de vezes, facilitando a detecção de poucos microrganismos desde o início da infecção.

Já o teste de antígeno, mais simples e rápido (com resultado saindo numa média de 10 minutos), não usa a amplificação, o que significa que a pessoa precisa estar com uma quantidade maior de vírus na nasofaringe para positivar.

Por isso, a maioria dos especialistas recomenda realizá-lo só após o terceiro dia de sintoma, tempo que demora para ocorrer uma maior proliferação do vírus na região.

Mas, como a variante Ômicron tende a se replicar de maneira mais acelerada, alguns pesquisadores defendem que indivíduos com sintomas podem procurar o teste já no primeiro dia de sinais. No entanto, seguindo essa linha, a chance de o resultado ser um falso negativo (quando o exame não acusa a doença, mas ela está lá) é bem maior, e você pode precisar repetir o exame depois.

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Aliás, vale ter em mente que cerca de 25% dos resultados do teste de antígeno são falso negativos, o que é considerado bastante. E, no caso da Ômicron, esse valor subiu para a faixa de 40%, já que o vírus mostrou não se concentrar muito na nasofaringe.

A agência reguladora de saúde dos Estados Unidos, a FDA, até fez um comunicado sobre o assunto, reiterando que os testes rápidos para identificar a Covid-19 de fato têm mais probabilidade de dar falso negativo com a variante Ômicron.

Muito se discute sobre a possibilidade de os testes com saliva serem mais assertivos em relação à nova cepa, mas os cientistas ainda estão atrás dessa resposta.

+ Leia também: Covid-19: por que a Ômicron não pode ser considerada leve?

Uma regra geral para decorar

  • Teve contato com pessoa positiva e está com sintomas? Faça um teste de antígeno.
  • Deu positivo? Isole-se.
  • Deu negativo e os sintomas persistem? Siga isolado, e procure o teste de RT-PCR.

Cabe reforçar que esses são os dois únicos testes seguros para diagnóstico da Covid-19.

O exame de sorologia, realizado após uma coleta de sangue, detecta os anticorpos contra o vírus. Só que, de acordo com Levi, a maioria desses testes não consegue identificar de onde exatamente vieram essas células de defesa. Em resumo, não dá para cravar que são decorrentes de uma infecção aguda.  “A informação que o exame fornece é muito limitada”, resume.

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A sorologia é útil para inquéritos epidemiológicos, para saber quantas pessoas tiveram contato com o vírus, e não para diagnóstico”, ressalta. 

Já o autoteste de Covid-19, liberado recentemente pela Anvisa, nada mais é que um teste de antígeno que pode ser feito por conta própria, em casa. Só que isso requer cuidados extras: “Se as pessoas não enfiarem a escovinha corretamente no nariz, lá no fundo, atingindo a nasofaringe, não adianta muito”, exemplifica o pesquisador da Dasa.

E, assim como o teste de antígeno da farmácia, essa versão caseira deve ser realizada no momento certo pós-exposição para dar resultados mais confiáveis.

+ Leia também: O que sabemos (e o que não sabemos) sobre a varíola dos macacos

Justamente por causa da alta probabilidade de ocorrerem equívocos quando se aposta no autoteste, a Anvisa avisa que ele não deve ser considerado conclusivo para fechar o diagnóstico de Covid-19.

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Então, se você precisar comprovar a doença no trabalho para pedir uma licença, por exemplo, esse exame caseiro não será suficiente. O ideal é repetir a análise com um profissional de saúde ou partir para um PCR.

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