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Por que atletas cegos competem com venda nas Paralimpíadas?

Esportes dos Jogos Paralímpicos são voltados a deficiências visuais em geral, o que inclui pessoas com percepção de luzes e vultos

Por Maurício Brum
2 set 2024, 15h05
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Brasil é potência no futebol paralímpico de cegos. Chega em Paris tendo vencido todas as edições da disputa, que entrou no programa em 2004 (Alessandra Cabral/CPB @alecabral_ale/Reprodução)
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Se você passou algum tempo nos últimos dias acompanhando as disputas dos Jogos Paralímpicos de Paris, é provável que tenha ficado em dúvida: em algumas modalidades para atletas com deficiência visual, eles ainda assim precisam usar vendas nos olhos. Mas, se o esporte é “para cegos”, por que isso se torna necessário?

A resposta é simples: na verdade, essas disputas não envolvem só participantes completamente cegos. As modalidades também incluem atletas com outros tipos de deficiências visuais, enquadradas na chamada baixa visão.

+Leia também: Inspiração olímpica: 8 esportes pra você começar a praticar

O que é a baixa visão

Em linhas gerais, pode-se dizer que a baixa visão é um espectro intermediário entre a cegueira total e a capacidade de enxergar com boa definição. São dificuldades que não podem ser corrigidas por procedimentos como óculos ou cirurgia.

Há diferentes tipos de baixa visão, mas em geral a classificação se relaciona com a percepção da luz e de movimentos. Dependendo do tipo de déficit visual, a pessoa pode definir se está em um ambiente iluminado ou escuro, por exemplo, e em outros casos consegue inclusive perceber vultos, mesmo que nem sempre seja capaz de determinar com certeza onde eles estão.

Esportes adaptados para deficientes visuais

As vendas são necessárias quando há atletas com diferentes deficiências visuais competindo juntos, e chamam mais atenção nos esportes coletivos, como o golbol e o futebol de cinco, que também utilizam uma bola com guizo e orientações dos treinadores ao lado da quadra.

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Em provas de pista do atletismo, corredores-guia acompanham os competidores. Na foto, a brasileira Jhulia dos Santos e seu atleta-guia, Patrick Souza, na prova dos 400 metros em Paris (Douglas Magno / CPB - @douglasmagno/Reprodução)

A venda é uma forma de igualar todos os jogadores, de modo a não dar vantagem indevida para alguém que mantenha alguma percepção visual frente a outro atleta que é completamente cego.

Dependendo do esporte, as Paralimpíadas permitem a participação de pessoas que conseguem enxergar. No futebol, por exemplo, isso se aplica aos goleiros.

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Em provas de pista do atletismo, corredores com deficiência visual são acompanhados de guias que enxergam. Neste caso, porém, o guia deve apenas acompanhar seu ritmo, sob pena de desclassificação caso chegue à frente do competidor, o que é interpretado como um “arrasto”.

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