Portadores de fotofobia sentem muito desconforto nos olhos ao entrar em contato com a claridade. Desvende a seguir o mecanismo da hipersensibilidade à luz e conheça maneiras de driblar o incômodo.
Como a luz é absorvida pelos olhos?
E em quem tem fotofobia?
Nesse caso, alguma parte do trajeto de recepção e leitura dos estímulos luminosos está sensibilizada ou desajustada. Em geral, a íris se contrai ao menor contato com a luz, reduzindo o tamanho da pupila para tentar conter a quantidade absorvida pelos olhos. Mas nem sempre isso acontece ou é o suficiente para reduzir o incômodo.
O que pode causar a hipersensibilidade?
Olhos claros: Os pigmentos verdes e azulados absorvem menos luz, permitindo que mais raios alcancem a retina e causando a sensibilidade.
Enxaqueca: Desordens em áreas do cérebro ou na sua conexão com a retina geram fotofobia — daí a relação com dores de cabeça crônicas.
Sol demais: A córnea fica irritada com a exposição prolongada ao sol. É um processo semelhante ao que acontece com a pele.
Hormônios: Mudanças hormonais nas mulheres fazem com que elas tenham até três vezes mais olho seco, que pode levar à fotofobia.
Problema ocular: Astigmatismo, inflamações e alterações na retina ou lesões na córnea afetam a passagem. Pupilas mais dilatadas também.
Infecções: Alguns micro-organismos gostam de infectar os olhos, como os causadores de toxoplasmose e tuberculose.
Falta de cuidado: O hábito de coçar os olhos com frequência, mau uso de lentes de contato e a falta de visitas ao oftalmo também conspiram.
Telas em excesso: A questão é a secura e o cansaço visual. O ideal é se lembrar de piscar, fazer intervalos regulares e olhar para pontos distantes.
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Existe tratamento para a fotofobia?
Em primeiro lugar, é preciso entender a origem da condição. Pode ser que haja uma causa tratável por trás, seja uma doença ocular ou um distúrbio como o astigmatismo — que, muitas vezes, passa batido pois não embaça a visão como a miopia.
Se não houver um motivo específico, a recomendação é adotar táticas para lidar melhor com a luminosidade, como o uso de óculos escuros, com modelos mais fechadinhos do lado, lentes fotossensíveis (aquelas que mudam de cor) ou polarizadas, que alteram a incidência da luz sobre o olho.
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Cuidado com os óculos escuros de procedência duvidosa
Em geral, produtos vendidos em barracas de camelô, feiras e praias não são capazes de barrar a radiação ultravioleta. Para piorar, enganam o olho, que relaxa e dilata a pupila, abrindo espaço para que mais luz entre.
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Não é só o olho que sofre
Indivíduos de pele, cabelo e olhos claros são mais sensíveis à exposição ao sol. Essas pessoas (mas não apenas elas) estão sujeitas a desenvolver maior fotossensibilidade — e não só a ocular.
Em alguns casos, o contato do corpo com os raios solares ou outras fontes luminosas pode deflagrar uma reação do sistema imunológico, que provoca coceira, vermelhidão e dor. Certos medicamentos também desencadeiam esse processo.
Vale reforçar a proteção com filtros solares e roupas adequadas e procurar o médico se houver problemas.
Fontes: Leôncio Queiroz Neto, oftalmologista do Instituto Penido Burnier, em Campinas (SP); Ione Alexim, oftalmologista do Instituto de Ciências Neurológicas, em São Paulo; Márcia Cristina de Toledo, oftalmologista e presidente da Sociedade Goiana de Oftalmologia