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Pela primeira vez, pulmão de porco é transplantado para uma pessoa

Xenotransplante inédito foi registrado na China. Pulmão suíno geneticamente modificado permaneceu viável por nove dias em paciente com morte cerebral

Por Maurício Brum
26 ago 2025, 14h38
pulmao-porco-xenotransplante
Porcos têm sido preferidos para os xenotransplantes devido a similaridades morfológicas e de tamanho entre seus órgãos e os nossos (wirestock/Freepik)
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Cientistas chineses divulgaram nesta segunda-feira (25) os resultados de um tipo inovador de xenotransplante, nome dado ao transplante de órgãos vindo de outro animal: pela primeira vez na história, um pulmão de outra espécie foi colocado em um receptor humano com relativo sucesso. Neste caso, tratava-se do pulmão geneticamente modificado de um porco.

A pesquisa, publicada na revista científica Nature Medicine, relata que o pulmão permaneceu funcionando por nove dias no corpo da pessoa. Por se tratar de um método inovador, o transplante foi realizado em um paciente que já havia tido a morte encefálica declarada previamente.

Como foi feito o procedimento

O pulmão suíno geneticamente modificado foi transplantado para um paciente de 39 anos com morte cerebral confirmada. Foi a primeira vez que esse tipo de órgão conseguiu se manter viável em um xenotransplante, permanecendo funcional por cerca de 216 horas.

Segundo os pesquisadores, o corpo da pessoa não rejeitou o pulmão de forma imediata. Ainda assim, houve uma resposta do sistema imunológico que passou a causar danos aos órgãos durante os dias seguintes.

O resultado do estudo é um marco na história dos xenotransplantes, mas ainda está longe de garantir que pulmões suínos poderão reduzir as filas de espera por esse tipo de órgão. Uma das questões a resolver é, precisamente, a necessidade de encontrar uma forma mais segura de garantir que o pulmão não causará problemas em um paciente vivo.

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“Embora esse estudo demonstre a viabilidade de um xenotransplante pulmonar porco-humano, desafios substanciais relacionados à rejeição do órgão e à infecção permanecem”, escreveram os autores, enfatizando a necessidade de mais estudos em pacientes com morte encefálica antes de tentar o método em outras circunstâncias.

+Leia também: A criação de órgãos em laboratório no futuro da medicina

Xenotransplante é alternativa à falta de órgãos para doação

A busca por viabilizar os xenotransplantes como alternativa para salvar vidas humanas não é nova. Apesar do ineditismo de um transplante pulmonar vindo de um suíno, outros órgãos já foram testados anteriormente ao redor do mundo, especialmente rins e coração.

Vários animais podem ser “doadores” em um xenotransplante, mas historicamente os porcos têm sido preferidos em função do tamanho dos órgãos e de similaridades morfológicas na comparação com as características humanas. Novos métodos de edição genética têm contribuído para reduzir ainda mais os riscos de rejeição.

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No entanto, a tecnologia dos xenotransplantes ainda é experimental. A maioria dos testes continua a ser feita em pacientes com morte cerebral, com o devido consentimento dos familiares. Raríssimos transplantes em pessoas vivas, por enquanto, só são autorizados como último recurso em situações excepcionais.

Foi o caso, por exemplo, do norte-americano Richard Slayman, primeiro paciente a receber um rim de porco ainda em vida em março do ano passado. Ele faleceu dois meses depois, por complicações dos seus problemas renais crônicos sem relação com o xenotransplante.

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