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Para candidíase, gripe… Quais benefícios do alho são confirmados pela ciência?

Tempero popular também contém diversos compostos bioativos, mas remédios caseiros nem sempre funcionam

Por Valentina Bressan
16 out 2024, 16h27
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    Substância que confere cheiro característico do alho é uma das mais estudadas em relação ao potencial medicinal (Jcomp/Freepik)

    Para combater candidíase, curar gripe ou baixar pressão: o alho é um dos ingredientes preferidos para receitas caseiras que prometem uma variedade de benefícios à saúde.

    Na medicina popular, o alho chegou a ser utilizado durante diferentes epidemias, porque acreditava-se que ele poderia aliviar sintomas de tifo, disenteria e outras doenças. 

    Porém, nem todos os remédios caseiros feitos com alho encontram respaldo em estudos científicos. Saiba mais sobre o que é verdade e o que não passa de mito quando se trata desse vegetal. 

    O alho contém compostos medicinais?

    O bulbo da planta Allium sativum – que conhecemos como cabeça do alho, composto por dentes – tem, em sua composição, vários bioativos. Eles inspiram diferentes pesquisas que avaliam suas propriedades medicinais.

    As investigações sobre o potencial anticancerígeno, antimicrobiano e anti-inflamatório do alho se baseiam na presença de compostos sulfúricos no bulbo. Um dos mais importantes é a alicina: a substância responsável pelo cheiro característico do alho é quem confere ao vegetal a ação antimicrobiana, anticancerígena e preventiva de outras doenças.

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    O alho também é rico em vitaminas – dos complexos B e C –; minerais como zinco, potássio e fósforo; e compostos fenólicos. Propriedades antioxidantes são associadas a esses compostos.

    Entretanto, vários desses compostos apresentam baixa biodisponibilidade: isso significa que, ao consumir o alho in natura, pouco dessas substâncias será absorvida pelo corpo. Por esse motivo, vários dos estudos utilizam extratos de alho ou preparos concentrados dos compostos. 

    +Leia também: Alho-poró: quais os benefícios e como incluir seu sabor na dieta

    Dá para usar alho para tratar candidíase?

    Não! A dica de usar o alho como supositório para tratar infecções fúngicas virou tendência na internet, mas é contraindicada por médicos. A prática pode piorar a candidíase e causar irritação. 

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    Isso porque o potencial antifúngico do alho é pesquisado a partir de extratos para consumo do vegetal. Ou seja, ele não serve para ser aplicado pela via tópica. 

    Alguns estudos já avaliaram a ingestão de extratos de alho para tratar candidíase, mas os resultados não foram promissores. Em laboratório e em testes com animais, se verificou que alguns dos compostos sulfúricos do alho possuem forte atuação contra bactérias, o que pode levar a produção de novas medicações no futuro.

    Alho cura gripe?

    Não! Primeiro, é importante diferenciar gripe de resfriado: embora os sintomas sejam similares, a gripe é causada por um vírus Influenza, e dura cerca de uma semana. Já o resfriado é mais leve e pode ser provocado por diferentes vírus respiratórios.

    De todo modo, o alho não é capaz de curar nem uma das doenças, já que não vai eliminar o vírus Influenza tampouco outros vírus respiratórios. O que um estudo identificou é o potencial da alicina para prevenir o resfriado

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    Em um estudo com 146 participantes, o grupo que ingeriu uma cápsula com alicina registrou menos ocorrências de resfriado em comparação com o grupo que tomou placebo. Mas vale ter bastante cautela, já que a quantidade de participantes da pesquisa foi muito baixa. 

    Alho serve para prevenir o câncer?

    Talvez! Por enquanto, os resultados das análises científicas do papel anticancerígeno do alho são conflitantes. 

    Um estudo com pouco mais de 5 mil participantes testou receitar um suplemento com compostos do alho e selênio para pacientes com câncer gástrico. O resultado foi que a intervenção ajudou a reduzir a malignidade do tumor

    Entretanto, em outra pesquisa, o uso de óleo de alho não interferiu na prevenção de lesões pré-cancerosas tampouco na incidência de câncer gástrico. Outras avaliações, incluindo quantidades menores de pacientes, encontraram alguns benefícios preventivos no uso de alho.

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    De forma geral, ainda não dá para bater o martelo sobre o alho como ingrediente preventivo do câncer – mas aumentar o consumo de alho não faz mal, desde que isso não seja acompanhado por falsas promessas ou receitas milagrosas.

    O alho traz benefícios à saúde cardiovascular?

    Outra promessa do alho é ajudar pacientes a diminuir a pressão arterial. Um estudo de 2008 chegou à conclusão de que o consumo de alho realmente ajudava nesse quesito. 

    Ao avaliar 11 pesquisas científicas que tiveram como foco o consumo de alho, uma análise sugeriu que os preparos com o tempero ajudam a reduzir a pressão arterial em indivíduos com hipertensão, em comparação com os grupos que ingeriram placebo.

    A hipótese dos cientistas é que esse efeito esteja ligado à alicina, que atua como vasodilatadora, e à produção de sulfeto de hidrogênio – que também ajudaria a controlar a pressão. 

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    Mas as evidências científicas ainda são insuficientes para afirmar que o alho tenha um papel na diminuição do risco de mortalidade associado a problemas cardiovasculares em pacientes hipertensos.

    Alguns resultados, no entanto, indicam um caminho promissor: o uso de suplementos com compostos do alho ajudou a prevenir a progressão da aterosclerose e diminuiu biomarcadores associados a risco de ocorrências cardiovasculares.

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