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Pandemia atrapalha vacinação e pode deixar 80 milhões de bebês em risco

Quase 70 países interromperam campanhas de imunização infantil para doenças importantes por causa da crise do coronavírus, alerta Unicef

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 18 ago 2020, 10h46 - Publicado em 29 Maio 2020, 10h25
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  • A pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) levou vários países a interromperem campanhas de vacinação, colocando em risco a saúde de 80 milhões de bebês com menos de 1 ano de vida. O alerta foi feito recentemente pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

    Dos 129 países onde há dados sobre o tema, 68 reportaram interferências moderadas ou severas no cronograma tradicional. O abalo por causa da Covid-19 ocorre em uma escala sem precedentes desde a expansão de programas nacionais de imunização, ocorrida nos anos 1970.

    “Essas interrupções ameaçam décadas de progresso na prevenção de doenças como o sarampo”, destacou Tedros Ghebreyesus, diretor geral da OMS, em comunicado à imprensa. Para ter ideia, 27 países reportaram a suspensão das doses contra o sarampo. Outra situação que chama a atenção é a poliomielite, já que 38 países interromperam a campanha contra ela.

    Há mais vacinas com as quais os especialistas estão preocupados, em especial as de rubéola, cólera, meningite, tétano e febre amarela.

    Paralisação justificada

    Fora as decisões governamentais, a relutância (compreensível) dos pais em sair de casa para vacinar os filhos por medo da Covid-19 e os atrasos na entrega de novas doses em decorrência das medidas de distanciamento social são apontados pelas entidades como fatores que influenciam negativamente a adesão à imunização.

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    Em março, a própria OMS chegou a recomendar que os países suspendessem temporariamente as campanhas para evitar aglomerações. Agora, com protocolos mais estabelecidos de segurança nos serviços de saúde, a orientação é que os países planejem a retomada de seus calendários.

    Para isso, será necessário levar em conta dados locais de transmissão e risco de coronavírus, a capacidade do sistema de saúde e o benefício oferecido pelos imunizantes à população.

    Importância das vacinas

    Elas são fundamentais para evitar doenças passíveis de prevenção, que poderiam gerar novos impactos sérios na saúde pública já fragilizada. Mas a OMS destaca ainda que manter o sistema de vacinação atuante pode ajudar inclusive a mitigar a Covid-19.

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    Ora, quando se anunciar uma vacina capaz de proteger contra o novo coronavírus, já haverá uma infraestrutura em funcionamento para aplicá-la em larga escala. Nos próximos dias, a entidade deve emitir uma diretriz voltada para a manutenção de serviços essenciais de saúde, incluindo as vacinas.

    Vale dizer que, fora um pequeno ajuste no cronograma da vacina da gripe, o Ministério da Saúde do Brasil não anunciou mudanças no Programa Nacional de Imunizações (PNI). As Unidades Básicas de Saúde (UBS), que aplicam as doses, seguem funcionando e alguns estados até adotaram modelos drive-thru de vacinação, para minimizar o contato físico.

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