Quando o assunto é a composição do sangue que aprendemos nas aulas de biologia na escola, elas costumam ser as últimas lembradas na lista: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, e só então as plaquetas. Mas esse aparente terceiro lugar no pódio não as torna coadjuvantes – elas são fundamentais para prevenir hemorragias e, quando as plaquetas estão baixas, é sinal de alerta para o organismo.
Em um cenário ideal, as plaquetas devem estar em uma concentração superior a 150 mil células por milímetro cúbico (mm³) de sangue.
A forma de verificar isso é simples: qualquer exame de sangue de rotina geralmente vai incluir um hemograma completo, em que as várias células do sangue – hemácias, leucócitos e plaquetas – serão contabilizadas.
+Leia também: Para que serve o hemograma, o popular exame de sangue
Por vezes, inclusive, uma alteração nas plaquetas pode ser descoberta até por acaso, sem produzir qualquer sintoma aparente, em um exame solicitado por outras razões.
Mas, afinal, o que são as plaquetas?
As plaquetas não são exatamente células no sangue, mas fragmentos celulares que estão presentes por ali. Elas são produzidas pela medula óssea e têm como principal função ajudar na coagulação.
Ou seja, quando ocorre algum tipo de ferimento que leva a um sangramento (externo ou interno), as plaquetas são a linha de frente no combate à hemorragia.
No local da lesão, elas ajudam a contrair os vasos sanguíneos e a formar um “tampão” que barra a saída do sangue, o coágulo – que, no caso de um machucado externo, pode ser identificado como a casquinha da ferida.
O que pode causar plaquetas baixas?
As plaquetas baixas podem ocorrer como consequência de diferentes questões de saúde, desde problemas no sistema imune até infecções, passando pelo uso de alguns medicamentos.
As principais causas incluem:
- Doenças e câncer da medula óssea, como leucemia, aplasia medular e mielodisplasia;
- Infecções virais de diferentes tipos, do HIV à dengue;
- Doenças autoimunes como lúpus, púrpura trombocitopênica e hipotireoidismo;
- Uso de medicamentos anticoagulantes como heparina, bem como alguns anti-inflamatórios e anti-hipertensivos;
- Deficiências nutricionais como falta de ácido fólico e vitamina B12.
A forma de aumentar as plaquetas vai variar conforme a causa de fundo. Em alguns casos, tratar a doença subjacente pode resolver o quadro. Em outros, pode ser necessário passar por procedimentos como plasmaferese ou transfusão de plaquetas.
A avaliação do problema de fundo e da melhor abordagem deve ser feita sempre pelo médico, que deve levar em conta mais de um exame para chegar ao diagnóstico correto, não apenas o hemograma.
Quais os sintomas das plaquetas baixas
Em alguns casos, pode não haver sintomas específicos de uma baixa contagem de plaquetas.
Normalmente, o sinal mais característico de uma alteração é a presença de machucados que não saram tão facilmente, sangramentos nasais ou menstruação com fluxo maior que o normal.
Caso essa hemorragia seja interna, isso pode se manifestar através da formação de manchas arroxeadas (hematomas) na pele. Casos mais graves podem incluir presença de sangue na urina ou nas fezes.
Plaquetas altas também são problema?
Embora uma queda no número de plaquetas seja o sinal mais preocupante de que algo está errado com o corpo, um número muito elevado delas também não é bom.
Em geral, o valor de referência máximo fica em torno de 450 mil para cada milímetro cúbico de sangue. Acima disso, deve-se buscar orientação médica.
As plaquetas altas podem estar associadas a problemas como linfoma e artrite reumatoide, além de poder levar a complicações pela formação de coágulos indesejados.