Tamanho não é documento quando se fala sobre timo. Pequenino e desconhecido de muita gente, ele tem uma responsabilidade enorme na formação do sistema imunológico, sendo que falhas em seu funcionamento elevam o risco de infecções e até de doenças autoimunes. Abaixo, você confere um passo a passo detalhado sobre suas funções no organismo.
1. No meio de titãs
O timo fica bem no centro do peito, entre os pulmões e na frente do coração – essa localização privilegiada, inclusive, fez os anatomistas do passado acreditarem que ali ficava guardada a alma.
2. Escola imunológica
A glândula é um verdadeiro centro de capacitação dos linfócitos T, células que comandam nossas defesas quando algum agente invasor coloca a saúde em xeque. Essas unidades são fabricadas na medula óssea, o popular tutano. De lá, migram para o timo por meio dos vasos sanguíneos.
3. Sala de simulação
A ação acontece mesmo nos lóbulos, as pequenas porções que compõem o timo. Eles são divididos em córtex e medula. Em cada seção, ocorrem processos que vão preparar esse linfócito jovem para os desafios que irá enfrentar no futuro.
4. Antenas plugadas
No córtex, ocorre o contato com a célula reticular epitelial. O resultado dessa interação é o surgimento de receptores na superfície do linfócito. Eles servem para identificar possíveis perigos ao corpo. Aqueles que dão defeito são mortos no processo.
5. Prova de fogo
Um tipo de célula, a dendrítica, apresenta aos linfócitos uma série de antígenos, substâncias que geram uma resposta imune. Aqueles que reagem na medida certa passam no teste e estão maduros o suficiente para seguir em frente. Os outros não sobrevivem.
6. Próximas paradas
Os linfócitos habilitados voltam à corrente sanguínea para integrar as defesas. Eles ficam algum tempo no baço e nos linfonodos, que são uma espécie de barreira ou filtro para flagrar e deter ameaças, como vírus e bactérias.
Encolhimento do timo
Quando nascemos, essa glândula pesa entre 12 e 15 gramas.
Em seu período de maior operação, fica na casa de 30 a 40 gramas. Depois da puberdade, definha e é substituída por gordura. Mas a quantidade de linfócitos que ela treinou é suficiente pra vida toda.
Em idades avançadas, varia entre 6 a 16 gramas.
Sempre a postos
O timo não desaparece do mapa! Mesmo reduzido, continua a fabricar a timosina, hormônio enviado para o organismo que reforça aos linfócitos a mensagem para que sigam trabalhando direito. Há ainda suspeitas sobre o papel dessa substância na regeneração de órgãos e tecidos.
Fontes: Ana Paula Lepique, Imunologista do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP); Daniela Santoro Rosa, Alexandre de Castro Keller e Alexandre Salgado Basso, Professores de Imunologia da Universidade Federal de São Paulo