O câncer de colo de útero — ou cervical — é o quarto mais comum entre as mulheres no mundo, sendo que, de todos os diagnósticos, 85% estão concentrados em setores da África e da América Latina. Já que o HPV é responsável por praticamente todos os casos da doença, a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco) criou um guia que foca no uso da vacinação contra o vírus especificamente para sua prevenção.
“Apesar de a vacina estar disponível há mais de uma década, sua utilização não é ideal em muitos lugares, incluindo países com condições, como os Estados Unidos”, diz Silvina Arrossi, que fez parte do desenvolvimento do documento.
O documento traz orientações que inclusive variam de acordo com a infraestrutura de cada região. “Como a disponibilidade de recursos varia, precisamos ajustar as estratégias para melhorar a imunização contra o HPV em todos os lugares”, explica Silvia Sanjosé, que também participou da elaboração do manual.
Principais recomendações:
- Em todos os ambientes e independentemente dos recursos, duas doses de vacina contra o HPV são recomendadas para garotas entre 9 e 14 anos, com intervalo de pelo menos seis meses e até 12 a 15 meses entre as doses.
- Garotas infectadas pelo HIV devem receber três doses.
Em ambientes com mais recursos:
- Se as garotas têm 15 ou mais anos e receberam a primeira injeção antes dessa idade, podem completar a série de duas doses.
- Se elas não tiverem recebido a primeira vacina antes dos 15 anos, devem passar por três doses daí em diante.
- Em ambos os cenários, a imunização pode ser administrada até os 26 anos de idade
Em ambientes com recursos limitados:
- Se houver recursos suficientes após a vacinação de meninas de 9 a 14 anos, as que receberam uma dose podem tomar uma adicional entre os 15 e 26 anos.
- Vacinação de meninos: em todos os contextos, eles podem ser vacinados — se pelo menos 50% da população-alvo feminina tiver cobertura contra o HPV. E se se tal vacinação for economicamente viável.