A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês) nomeou faz pouco o maior avanço no tratamento contra o câncer do último ano. E o vencedor é…. as terapias à base de CAR T Cells. Oi?
Também chamadas de Linfócitos T com Receptores Quiméricos de Antígenos, essas novas estratégias basicamente transformam as células de defesa do próprio paciente em supersoldados, capazes de enfrentar tumores malignos.
Resumindo: os médicos extraem células do sistema imune da pessoa com câncer e mexem no DNA dessas unidades para que desenvolvam um receptor capaz de identificar e destruir o câncer. Aí, reinserem essas tropas de elite no indivíduo para que elas arrasem a enfermidade.
Pesquisas mostram que, com as CAR T Cells, de 60 a 90% das leucemias linfoblásticas agudas (o tipo mais comum de leucemia em crianças) que não responderam a outras táticas somem dos radares. E cerca de metade dos casos permanece assim até o momento.
“É marcante ver décadas de desenvolvimento tecnológico se fundirem em um novo tipo de tratamento”, comemora o oncologista Bruce Johnson, presidente da Asco, em comunicado à imprensa. “O sucesso das CAR T Cells demonstra o impacto profundo de novos tratamentos no prolongamento da vida das pessoas com câncer”, conclui.
Um tipo de linfoma também tem respondido muito bem a essa técnica revolucionária. Mas, na realidade, o fato mais promissor é o de que, ao menos em tese, é possível mexer nas células de defesa do paciente de diversas maneiras. Com isso, inúmeros tumores seriam alvo dessa estratégia.
Os problemas? Os efeitos colaterais ainda são consideráveis e o preço é praticamente proibitivo hoje em dia: chega a 1 milhão de dólares. A técnica, hoje, está autorizada só nos Estados Unidos (duas farmacêuticas a comercializam).