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Novembro Azul: 6 novidades sobre o câncer de próstata

Há boas notícias sobre possíveis tratamentos para esse tumor. Mas também temos motivos para preocupação, principalmente quanto ao diagnóstico

Por Nathalie Ayres
Atualizado em 30 nov 2020, 16h44 - Publicado em 30 nov 2020, 16h41

O Novembro Azul é destinado à conscientização sobre o câncer de próstata e à saúde masculina em geral. Para fechar o mês, Veja Saúde traz pesquisas recentes sobre o assunto. Algumas nos deixam otimistas, enquanto outras causam preocupação.

1. Os homens precisam se preocupar mais com o câncer de próstata

De acordo com uma investigação do Instituto Vencer o Câncer (IVOC), com apoio da Bayer, há um aumento do número de mortes e internações ocasionadas pela doença. Entre 2009 a 2018, foi registrado um crescimento de 44,4% nas hospitalizações por câncer de próstata no SUS, com uma média de mais de 7 mil internações por ano. Há sinais de que isso seja resultado de um diagnóstico tardio.

Outra pesquisa — essa conduzida pelo Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) — corrobora tais informações. Seus dados apontam que 7 em cada 10 homens não costumam ir ao urologista, apesar de 73,1% conhecerem alguém que teve algum tumor urológico (que incluem também o de pênis, testículo e bexiga).

“É importante deixar claro que o câncer de próstata é silencioso. De 70 a 80% dos pacientes não têm sintomas”, pondera o urologista e oncologista Bruno Benigno, médico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e fellowship em Uro-oncologia e Cirurgia Robótica pelo A.C.Camargo Cancer Center. Esperar desconfortos físicos darem as caras para só então buscar apoio favorece o diagnóstico tardio. E isso minimiza a chance de cura.

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2. A vigilância ativa ganha espaço

Há casos de câncer de próstata menos agressivos. Para eles, uma opção é adotar a vigilância ativa — o médico acompanha o paciente de perto, inclusive com exames frequentes, e só inicia um tratamento se a enfermidade progredir.

Pois um estudo fresquinho indica que homens bem selecionados para a vigilância ativa possuem taxas baixas de evolução do câncer (metástase) ou morte. Esse número fica em 1% ou menos dos casos, o que demonstra segurança.

Mas Benigno pondera que não há um consenso sobre a periodicidade de exames e consultas dentro de um protocolo de vigilância ativa. Converse com um médico sobre o assunto para entender os prós e os contras para cada situação.

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3. Vale a pena ficar atento à alimentação

Que fique claro: não há evidências que apontem virtudes claras de um ou outro nutriente específico para prevenir esses tumores. Nem o licopeno do tomate, segundo a última revisão sistemática do Instituto Cochrane, demonstrou benefícios sozinho.

No entanto, um estudo divulgado em pleno Novembro Azul vasculhou o perfil dietético de 23 mil canadenses para observar se havia alguma relação entre padrões alimentares e o câncer de próstata. Conclusão: um cardápio saudável e rico em vegetais foi associado a um risco menor de desenvolver o problema.

Por outro lado, uma dieta repleta de doces e bebidas açucaradas foi associada a um risco mais alto.

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4. Um teste específico pode ajudar no diagnóstico precoce de recaídas

O PET-CT é um exame de imagem moderno. Resumidamente, o paciente ingere uma substância que que viaja até o câncer e que é detectável com uma tomografia especial. Com isso, dá para vasculhar o corpo em busca de tumores, o que é ótimo para verificar se a doença se espalhou ou se respondeu bem a um medicamento.

Pois um estudo apresentado em setembro de 2020 focou no uso do PET-CT para flagrar potenciais recidivas do câncer de próstata (ou seja, o retorno da doença). Os cientistas recorreram a uma substância específica — a PSMA — e viram que, com ela, o exame encontrou lesões cancerosas em estágio bem inicial. Isso é importante para remodelar a estratégia de tratamento antes que seja tarde.

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Parte do experimento foi feito aqui no Brasil, numa parceria com a Quanta Diagnóstico por Imagem, de Curitiba. Os outros países envolvidos foram Azerbaijão, Colômbia, Índia, Israel, Itália, Jordânia, Líbano, Malásia, México, Paquistão, Polônia, África do Sul, Turquia e Uruguai.

5. Um tratamento teleguiado

Se a molécula PSMA, que mencionamos no item anterior, viaja até o câncer, não daria para anexar um remédio antitumoral a ela para criar uma espécie de míssil teleguiado contra a doença? Pois é isso que profissionais do Hospital Santa Paula, com apoio do laboratório Delboni Auriemo, estão estudando

O tratamento combina a PSMA com o Lutécio-177, uma substância radioativa que consegue destruir células cancerosas. O primeiro paciente examinado por essa iniciativa nacional não apresentou efeitos colaterais.

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Outros estudos com esse tratamento foram apresentados no congresso anual da Associação Americana de Oncologia Clínica (Asco 2020), com resultados promissores. Mas, segundo Benigno, a técnica seria indicada para pacientes em estágios mais avançados e cujo câncer não respondeu às terapias convencionais.

6. Novas formas de usar o hormônio masculino

Até pouco tempo, os oncologistas acreditavam que a testosterona servia como alimento para o câncer de próstata. Na Asco 2020, no entanto, uma investigação apontou que, em determinadas situações, a reposição desse hormônio é segura e oferece ganhos à qualidade de vida de pacientes com a doença disseminada.

O Hospital Sírio-Libanês vai começar a avaliar esse mecanismo a partir de dezembro, em cooperação com o Hospital Moinhos de Vento. Cerca de 20 pacientes com diagnóstico de câncer de próstata metastático e que já não respondem mais ao bloqueio da testosterona (hormonioterapia), serão submetidos a doses específica dessa reposição para ver se controlam melhor o próprio quadro.

Mas, claro, ainda há muito estudo pela frente antes de cravar qualquer coisa.

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