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Mpox: OMS declara emergência por variante mais letal. Brasil corre risco?

Entidade destaca que subtipo 1b se concentra por enquanto em países da região central da África, mas pode gerar novas epidemias globais

Por Maurício Brum
Atualizado em 14 ago 2024, 15h10 - Publicado em 14 ago 2024, 15h09
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Mpox já havia causado emergência em 2022, mas com variante menos letal do que a observada nos últimos meses na República Democrática do Congo e países vizinhos (stefamerpik/Freepik)
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Pela segunda vez em dois anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou uma emergência de saúde global pela mpox, a doença anteriormente chamada de “varíola dos macacos”. Uma nova cepa detectada em países da África central, foi a responsável pelo alerta.

Ao definir a infecção como uma “emergência de saúde pública de importância internacional”, seu nível mais alto de alerta, a OMS abre caminho para acelerar investimentos em pesquisa e prevenção, tanto em vacinas quanto em tratamentos. Antes da mpox, a Covid foi a última doença a receber este rótulo.

A mpox é causada por um vírus e, na maioria dos casos, provoca sintomas leves, semelhantes aos de uma gripe, acompanhadas de uma ou mais lesões com pus na pele.

Em geral, a progressão para quadros graves e potencialmente fatais só ocorre em pacientes com comprometimento imunológico, mas a nova variante provocou alertas renovados devido às altas taxas de letalidade observadas até o momento.

+Leia também: Mpox: o que sabemos sobre a nova epidemia no Congo

O que se sabe sobre a nova cepa da mpox

A maior preocupação é a agressividade dos casos, diferente da observada em surtos anteriores. De acordo com a OMS, as mutações do vírus sugerem que a nova cepa está disseminando somente entre humanos, sem o caráter zoonótico que a mpox tinha até então. Isso poderia aumentar sua virulência e o ritmo de circulação.

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Os dados disponíveis para a nova variante 1b, nos contágios já confirmados na República Democrátia do Congo, revelam uma taxa de letalidade que supera os 10% em crianças pequenas – um número muito maior do que o observado na linhagem 2b, que causou uma epidemia em 2022, cuja letalidade ficou em 1% nessa faixa etária.

Em adultos, a estimativa é de uma letalidade na ordem de 4% dos casos identificados.

A maioria dos contágios ainda se dá através do contato sexual, com cerca de um terço dos casos da variante 1b tendo sido identificados em profissionais do sexo.

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Existe risco de ela chegar no Brasil?

Por enquanto, a maior preocupação com os casos da nova cepa estão concentrados na região central da África, em países como a República Democrática do Congo, Quênia, Ruanda e Uganda, onde a maioria dos contágios pela variante 1b foi confirmada até o momento.

Embora historicamente esses casos mais graves de mpox tenham ficado restritos àquela região, em tese nada impede que ela passe a circular em outras partes do mundo, especialmente se ela for mais transmissível do que antes. Isso já aconteceu quando a mpox chegou até nós em 2022.

E, pensando assim, a nova linhagem da doença poderia também desembarcar no Brasil, o que ainda não ocorreu.

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Mesmo que grande parte dos contágios esteja relacionado ao contato sexual, a mpox também pode ser transmitida de outras maneiras, como, por exemplo, através do contato direto com lesões e secreções contaminadas, ou indiretamente, ao utilizar objetos previamente manipulados por pessoas infectadas.

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